1ª Conferência Livre de Vigilância em Saúde debate propostas sobre ISTs/AIDS

Evento foi organizado pelo programa municipal DST/AIDS em parceria com o Movimento Paulistano de Luta contra a AIDS (MOPAIDS)

Por Thiago Pássaro

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo recebeu nesta terça-feira (25) a 1ª Conferência Livre de Vigilância em Saúde da Cidade de São Paulo, com subtema em Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)/HIV/AIDS. O evento foi organizado pelo Movimento Paulistano de Luta contra a AIDS (MOPAIDS) em parceria com o programa municipal DST/AIDS.

No encontro, representantes do governo e da sociedade puderam fazer uma análise aprofundada da situação atual das ISTs/AIDS na capital e apresentarem propostas de alterações, criações e melhorias nas políticas públicas municipais, estaduais e nacional sobre o tema.

“A participação de todos é fundamental para que se discuta democraticamente políticas públicas, apontando aos gestores as necessidades da comunidade para a prevenção às doenças e promoção de saúde”, disse Cristina Abbate, coordenadora do programa municipal DST/AIDS.

Antes do debate, a dra. Rosa Nakazaky, da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) de São Paulo, fez uma breve apresentação para contextualizar os convidados sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e os conceitos que envolvem a vigilância em saúde. “Quando a gente fala em vigilância em saúde é a vigilância sobre todos os fenômenos, ações, procedimentos, produtos, substâncias de interesse à saúde, ou seja, sobre toda questão relacionada ao viver”, falou.

Logo após foi a vez de Alexandre Grangeiro, pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), conversar com o público sobre diversos desafios, como financiamento, participação popular e diversidade. “A conferência é absolutamente estratégica se nós conseguirmos incorporar a vigilância em saúde como norteador da resposta ao HIV”, argumentou.

Depois das exposições, os participantes foram divididos em quatro grupos de trabalho para discutirem as propostas divididas em subeixos, com os seguintes temas: “Lugar da Vigilância em Saúde no SUS”; “Responsabilidades do Estado e dos Governos com a Vigilância em Saúde”; “Saberes, Práticas, Processos de Trabalhos e Tecnologias na Vigilância em Saúde”; e “Vigilância em Saúde Participativa e Democrática para Enfrentamento das Iniquidades Sociais em Saúde”.

“Não dá para falar de AIDS para nós mesmos; então, precisamos expandir essa discussão até por conta das novas tecnologias que estão chegando. É preciso envolver esses segmentos para a gente estar mais próximo deles e pensar propostas em comum com o intuito de fortalecer a nossa política de saúde e, principalmente, o nosso SUS”, disse Américo Nunes, coordenador do MOPAIDS.

Já à tarde, cada equipe de discussão apresentou a devolutiva das ideias debatidas. O processo agora é que essas discussões sejam levadas para as Pré-conferências Municipais de Vigilância em Saúde, que acontecem nos dias 29 de julho e 5 de agosto em todas as regiões da cidade. Nesses eventos, as propostas passam por nova discussão e, se aprovadas, seguem para a 1ª Conferência Municipal de Vigilância em Saúde de São Paulo, agendada para os dias 26 e 27 de agosto.