Grupo de Reabilitação da UBS Vila Nova Galvão combate as dores crônicas ao exercitar o corpo e o convívio social

Quinzenalmente, 30 pacientes se reúnem com profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família

 

Por Nilson Hernandes

A cada quinze dias, desde 2012, um grupo composto por 30 usuários da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Nova Galvão, da Coordenadoria Regional de Saúde Norte e gerenciada pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS), se reúne à tarde no Centro de Integração da Cidadania Jova Rural, com uma terapeuta ocupacional e uma fisioterapeuta para aliviar as dores físicas crônicas através de exercícios e do convívio social.

A terapeuta ocupacional Bárbara Canedo de Camargo e a fisioterapeuta Iris Ângela da Luz Souza integram a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), sediada na UBS Vila Albertina, que atua de maneira integrada também com as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) das UBS Vila Nova Galvão, Jardim das Pedras e Lauzane Paulista.

Os pacientes que chegam ao grupo são encaminhados por profissionais de saúde, mediante avaliação de exames e diagnóstico de dor crônica. Como cerca de 90% desses pacientes têm o perfil da Atenção Básica e vêm com queixas provenientes de suas atividades laborais, houve a necessidade de realizar esses encontros.

Alívio da dor

É o caso da dona de casa Ana Rodrigues da Silva, 64 anos, que chegou ao Grupo de Reabilitação com muitas dores nas costas devido ao longo período de vida laboral como babá e auxiliar de produção em uma confecção, funções essas exigiram muito de sua coluna vertebral.

Antes de começar a falar sobre os benefícios obtidos ao longo dos três anos de participação na atividade desenvolvida pelo NASF Vila Albertina, a dona de casa faz questão de elogiar as profissionais: “Essas meninas são uma benção na minha vida”.

“Eu tinha muita dificuldade para fazer as coisas de casa. Agora, consigo caminhar e até participo de um grupo da terceira idade. Se não estivesse aqui nesse grupo, com certeza estaria em uma cadeira de rodas”, afirma.

Como a dona Ana muitos outros participantes têm histórias parecidas de dores crônicas causadas por anos de trabalho. “Vários desses pacientes chegaram aqui muito debilitados, sem conseguir ao menos fazer o alongamento. Hoje, o ganho em qualidade de vida é perceptível”, avalia a terapeuta ocupacional Bárbara Canedo.

Uma das preocupações das profissionais do NASF é com a continuidade dos alongamentos e exercícios de fortalecimento muscular durante os intervalos dos encontros quinzenais. A regularidade faz com que se mantenham estabilizados e sem dor.

“Esse trabalho feito aqui foi pensado exatamente para que eles próprios possam repetir em casa, entre os intervalos dos grupos”, afirma a fisioterapeuta Iris Ângela da Luz Souza, que não tira os olhos dos pacientes quando da execução dos exercícios, sempre corrigindo a postura de cada paciente.

Recriando laços sociais

Outro ganho importantíssimo para todos os que participam do Grupo de Reabilitação foi a recriação dos laços sociais, pois a maioria dos pacientes é da mesma faixa etária, já desfruta da aposentada e seus filhos, já criados, moram com suas novas famílias.

“Muitos dos que estão aqui estavam sozinhos em casa, sem atividade e a um passo da depressão. Aqui eles conversam animadamente antes, durante e depois das atividades, organizam cafés da tarde e marcam até passeios entre eles. Quando não podem estar presentes, fazem questão de nos avisar”, finaliza Bárbara Canedo.