CAPS AD III Santana promove roda de capoeira para população em situação de rua

Ação ainda contou com um sarau organizado por orientadores socioeducativos da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e a distribuição de roupas e alimentos feita por profissionais do Consultório na Rua

 

Texto e fotos: Nilson Hernandes


No último dia 16, as pessoas em situação de rua do Carandiru se surpreenderam com a nova abordagem dos profissionais do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD III), da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Norte e gerenciado pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS), que promoveram uma roda de capoeira. Além disso, um sarau foi organizado pelos orientadores socioeducativos do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS/SMADS) e os agentes do Consultório na Rua fizeram a distribuição de roupas e alimentos.

A intervenção artística promovida pelos profissionais que atuam para as secretarias municipais da Saúde e da Assistência e Desenvolvimento Social durou toda a manhã da penúltima sexta-feira anterior ao Natal e contou com o envolvimento de boa parte da população em situação de rua que habita a praça Machiach Now, ao lado do prédio do DEIC, departamento da Polícia Civil de São Paulo.

“É fundamental que o serviço de saúde mental esteja atuando também fora dos muros, principalmente, o especializado em Álcool e Drogas, que precisa estar no foco do público-alvo. Esse tipo de ação ajuda a criar vínculo principalmente com os que deixam de procurar o serviço pelos mais diferentes motivos”, avaliou o educador físico do CAPS AD III Santana, Giancarlo Pires da Silva.

Sobre a escolha da roda de capoeira, segundo o agente redutor de danos do CAPS AD III Santana e também professor Daniel Cunha de Oliveira, a arte de jogar ajuda a sociabilizar. “A capoeira é uma arte que engloba cultura, dança e luta, agregando valores ao indivíduo como disciplina, equilíbrio emocional, flexibilidade e coordenação motora”.



Nos intervalos das apresentações, os orientadores socioeducativos instigavam os presentes a declamar poesias publicadas nos livros escritos por poetas como Solando Trindade e Sérgio Vaz, entre outros expostos no chão da praça. “A ideia de promover um sarau foi para estabelecer um diálogo diferente do que eles estão acostumados, por meio dos livros, até para que comecem a entender a realidade em que vivem”, pontuou Everton Silva Santos, do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS/SMADS).

Para a assistente social do Consultório na Rua, Érika Vouvchenco, a atividade organizada por todos os profissionais que atuam com essa população tem o poder de levá-los a pensar além da dura realidade vivida. “Trata-se de uma atividade de promoção à saúde mental, pois o contato com a cultura e com a arte por si só já traz ganhos terapêuticos”, finalizou.

Confraternização do CAPS AD III Santana



À tarde, os funcionários do CAPS AD III Santana promoveram uma confraternização para celebrar mais um ano de dever cumprido. Ao som de karaokê, os usuários puderam cantar e espantar seus males, além de aproveitar os saborosos quitutes que enfeitavam a enorme mesa do refeitório.

A supervisora do serviço de saúde mental gerenciado pelo IABAS, Daiane Pires Martins, resumiu o sentimento de todos os presentes reproduzindo algumas das palavras mais proferidas no local, “afeto, carinho, encontro, família, solidariedade e inclusão são os termos mais significativos para todos nós aqui do CAPS AD III Santana”.