Encontro Regional de Voluntários da Saúde destaca importância do voluntariado

Evento teve como objetivo discussão sobre problemas e benefícios da ação solidária

Por Amanda Maciel

No dia 7 de dezembro, foi realizado, no Hospital Municipal Dr. Fernando Pires da Rocha, o Encontro de Voluntários da Saúde da Região Sul da cidade de São Paulo. Dois dias antes do evento foi o Dia Internacional do Voluntário, o que impulsionou mais a confraternização entre os mesmos. A realização do evento foi possível por meio da parceria da Secretária Municipal da Saúde (SMS), Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), a autarquia hospitalar municipal e o centro de voluntariados de São Paulo.

O tema principal era valorizar, integrar, trabalhar pessoas que têm características diferentes, entrosá-las entre si e com as instituições onde trabalham e evoluir o projeto cada vez mais, fazendo com que haja troca e crescimento.

O evento começou com a Maria Lúcia Barber da Supervisão Técnica de Saúde (STS) do M’ Boi Mirim, que interpretou uma música da Elba Ramalho, intitulada Sabiá, para descontrair e deixar os voluntariados à vontade.

A mesa de debate foi composta por representantes de cada hospital da região Sul, onde cada um se apresentava e falava sobre como funcionava a disseminação do trabalho voluntário e o benefício que traz tanto por aqueles que exercem como para quem recebe.

Ser voluntário

Ao procurar um trabalho voluntário, é importante conhecer e se identificar com o espaço, para ser reconhecido e valorizado por todos, ir de peito aberto e com disposição para ajudar o próximo. O centro de voluntários de São Paulo chama as pessoas para entender o que é ser voluntário. O primeiro exercício é a pessoa ir atrás do que se identifica. No caso do setor privado, a empresa mobiliza os funcionários. Na escola, tem um programa chamado Voluntariado Educativo que forma e incentiva o indivíduo à prática solidária no aprendizado. Nas universidades, o Ministério da Educação (MEC) reconhece dentro das atividades complementares a prática humanizada espontaneamente. Voluntariado é sinônimo de alegria, ser pontual e comprometido.

Quando a pessoa decide ser voluntário em algum lugar, doa o que tem de melhor em prol do outro. É essencial essa ação, pois complementa os processos de trabalho e o que falta nas políticas públicas, traz um elemento diferenciado que é a dedicação não imposta.

Segundo o interlocutor de humanização do Hospital Campo Limpo e morador da comunidade, Manuel Messias Freires Junior interlocutor de humanização do Hospital Campo Limpo, o trabalho realizado por ele é uma gota no meio do oceano. "Mas sem essa gota, o oceano seria menor, a gota que você pinga atuando como voluntário faz uma grande diferença, uma gotinha no oceano é o que fazemos a cada dia”, disse.

No Hospital do Campo Limpo o grupo de voluntários era quantitativamente bom, porém difícil, pois estava em transição do serviço. Tinha uma característica de autarquia em 2011. Atualmente, o grupo mudou e ganhou características de crescer juntos. A maioria é de mulheres, com mais de 45 anos, que cursou até o ensino médio.  Esse grupo realiza atividades na brinquedoteca, artesanato e as campanhas que há no hospital.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Voluntariado, desde 2015 da autarquia hospitalar municipal, Ana Cecília Freitas, a equipe está trabalhando para a ampliação dos voluntários, onde todos sejam escutados, desenvolvendo cursos para aprimoramento de capacidades e atribuições. "Ser voluntária é gratificante, eu abraço essas questões de humanização, de cuidado e cunho social”.

No Hospital Israelita Albert Einstein, o voluntariado cresceu bastante nos últimos tempos, são seis unidades e 510 voluntários. Há diversos perfis: o mais novo com 15 anos e o mais velho com 92 anos, atuando na tesouraria. O trabalho do Voluntário Einstein é promover humanização, transformação social e gerar conhecimento.

Segundo a cirurgiã dentista, gestora de pessoas e do conhecimento da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Sul, Lucia Maria Tavares, há poucos voluntários, apenas 34 para suprir toda a região. Isso significa um voluntário para aproximadamente 80 mil pessoas. As atividades são brinquedoteca, empreendedorismo, artesanato sustentável, arte, cultura e qualidade de vida.

Parcerias

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Regina, a Pfizer e seus voluntariados transformaram a UBS em sustentável. O trabalho consiste em uma rede 20/30 que é uma articulação com todos os protagonistas, atores, sociedade civil da região para que consiga estabelecer um fortalecimento, integrar e seguir as propostas de humanização. O meio ambiente e a saúde estão altamente ligados, se as pessoas trabalham o ambiente, ou seja, adquirem conhecimento de seu espaço, ocorre uma aproximação da causa para melhorar o local, assim, entendem melhor a saúde.