Reunião Ordinária do GTEPS – agosto de 2023

A proposta da reunião trouxe dados do PLAMEP de cada região da cidade e foi apresentado o projeto da BVS, cujo intuito é aumentar seu alcance

 Por Fernando Rodrigues dos Santos

A última reunião mensal do Grupo Técnico de Educação Permanente em Saúde (GTEPS) ocorreu na quinta feira, 17 de agosto. Foi apresentado na reunião como as ações do Plano Municipal de Educação Permanente (PLAMEP) das Supervisões Técnicas de Saúde (STS) estão relacionadas às Prioridades Locais. Para isso, foram trazidos dados das Escolas Regionais sobre as ações das 27 STS da cidade de São Paulo.

A reunião começou com a apresentação da coordenadora da EMSR Leste, Rosangela Correa, que trouxe informações das sete Supervisões Técnicas da região. Segundo ela, os desafios estão relacionados à sífilis congênita, mortalidade materna, aumentar a coleta do papanicolao, ações de combate à tuberculose e à luta contra a violência. Eventos, fóruns e encontros foram destacados como possibilidades educativas possíveis e potentes, e a EMSR Leste, comemorando 20 anos, enfatiza a importância da educação permanente.

A importância de os hospitais estarem inseridos nas ações e NEP - Núcleo de Educação Permanente das regiões foi ressaltada, considerando suas demandas individuais e sua conexão com a rede de atenção, assim como a necessidade de ampliar as informações sobre as demandas hospitalares no PLAMEP, especialmente em áreas como simulação e treinamento.

A necessidade de promover o acesso a serviços de saúde para populações vulneráveis, como idosos, população LGBTI+, pessoas em situação de rua, população negra, imigrantes e usuários de álcool e drogas, foi destacada pela EMSR Centro como as prioridades locais. A escuta ativa dos profissionais é enfatizada como uma estratégia para compreender suas necessidades e desafios, e oficinas foram realizadas com agentes comunitários de saúde e enfermeiros para identificar problemas e melhorar a integração da rede. De acordo com Salete Amador, diretora da EMSR Centro, métodos de ensino ativos foram usados para facilitar discussões e aprofundar a compreensão dos obstáculos de acesso, como o Philips 66, que consiste em uma dinâmica de grupo que possui a intenção de fomentar uma discussão, onde são divididos grupos de 6 pessoas que devem discutir um assunto por 6 minutos. E atividades de bem-estar, como práticas corporais e ioga em parceria com o SESC, também foram implementadas como parte das ações de educação permanente.

A abordagem focada nas populações vulneráveis continua sendo central e a colaboração com a Assessoria de Planejamento (ASPLAN) permitiu uma revisão e redimensionamento das metas originais, que eram complexas devido à falta de informação anterior. A Supervisão da Sé tem metas relacionadas à cobertura da atenção básica e à integração entre equipes de consultório na rua e unidades básicas, e o desafio de lidar com a população em situação de rua é destacado. A Escola destaca a importância de construir colaborações a partir do que é comum entre os diferentes atores envolvidos, incluindo a comunidade e os usuários e aborda a necessidade de verdade e transparência nas ações.

No território da EMSR Sudeste, cada uma das cinco supervisões tem suas próprias prioridades e maneiras de elaborar o PLAMEP. Algumas supervisões têm dificuldade em priorizar ações devido às diversas atividades que realizam e a Escola destaca que algumas prioridades das supervisões parecem não estar bem alinhadas com avaliações epidemiológicas dos reais problemas de saúde da região. A supervisão destaca a prioridade de ações relacionadas à saúde mental.

A diretora da EMSR Sudeste, Niomara de Cássia, mencionou ações específicas de diferentes supervisões, como a atenção aos idosos na Mooca, o combate à mortalidade materna/infantil e à tuberculose na Penha e a prioridade relacionada ao câncer de mama na Vila Mariana. Algumas ações não parecem estar diretamente relacionadas às prioridades locais, e a quantidade de ações propostas varia entre as supervisões.

Niomara de Cássia, coordenadora da EMSR Sudeste apresentando ações das Prioridades Locais

Niomara de Cássia, coordenadora da EMSR Sudeste apresentando ações das Prioridades Locais

Na Vila Prudente, há muitas ações relacionadas à saúde da mulher e ao combate à sífilis congênita, sendo que as ações também se concentram em questões de processo de trabalho. A Supervisão da Vila Prudente realiza NEPs mensais com a participação de hospitais da região, no entanto, com a mudança na gestão dos hospitais, esse vínculo pode ser enfraquecido. Niomara menciona também a realização de encontros direcionados e oficinas, incluindo uma de Libras e acompanhamento do trabalho com pessoas com transtorno autista.

A supervisão da Lapa/Pinheiros envolve ações sobre o envelhecimento da população e suas necessidades de cuidados específicos. Duas metas foram estabelecidas: a implantação de uma equipe multiprofissional de atenção domiciliar e a implantação de uma equipe do Programa de Acompanhamento do Idoso (PAI) e há uma complexidade ao coordenar e priorizar essas ações, especialmente quando as propostas chegam por diferentes canais, como escolas, controladoria e assessoria.

Diversas ações específicas são mencionadas, como cuidado paliativo com ênfase na atenção primária à saúde, cuidado ao cuidador, abordagem sobre luto e perdas, manejo de sinais e sintomas de pacientes e cuidados paliativos, entre outras. A questão do tempo de capacitação e a importância de coordenar as ações de forma apropriada também foram discutidas. Também foi ressaltado pela EMSR Oeste que a falta de informações completas sobre as ações dificulta a argumentação com as OSs e enfraquece o planejamento e a importância de profissionais bem-informados para melhorar a qualidade do atendimento é destacada.

Foram mencionadas ações de qualificação do trabalho dos auxiliares técnicos administrativos na recepção aos usuários e na digitação de dados da produção dos sistemas de informação e saúde e a responsabilidade de ação educativa é enfatizada como uma maneira de realmente impactar a saúde da população de forma significativa.

 

Projeto BVS

 

O projeto da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) foi apresentado por Marine Fumiyo, bibliotecária do Núcleo de Documentação da Escola Municipal de Saúde (EMS/SMS-SP). Marine detalhou o projeto pedido pelo diretor da EMS, Dr. Cândido Vaccarezza, desenvolvido em conjunto com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde - BIREME, e consiste em transformar a BVS em uma entidade de maior alcance.

O contrato com a BIREME já existe, e a proposta de Cândido é ampliar essa colaboração para elevar a BVS a um novo patamar, e o intuito de promover o projeto visa não apenas angariar opiniões, mas também envolver indivíduos na compreensão de que a BVS não é meramente uma biblioteca, mas sim o repositório abrangente de toda a produção da Secretaria, uma estrutura de importância essencial no compartilhamento e preservação do conhecimento institucional.