O tratamento de DST/AIDS no município de São Paulo

Entrevista com a infectologista Zarifa Khoury, coordenadora da Assistência do Programa Municipal DST/AIDS

 

Atualmente, existem 16 centros de serviço de assistência especializada em DST/AIDS no município de São Paulo, que realizam prevenção e tratamento da doença, além de oito locais que realizam somente prevenção, e as UBS que fazem o teste, e estão se expandindo gradativamente.

Os programas realizados para tratamento e prevenção de DST/AIDS dividem-se entre a população geral e a específica. No primeiro caso, cabe às UBS a testagem rápida, que aponta o resultado em cerca de 40 minutos, podendo assim facilitar a adesão do paciente ao tratamento.

O teste rápido, de acordo com Zarifa Khoury, coordenadora da Assistência do Programa Municipal DST/AIDS, do Municio de São Paulo, chegará futuramente a todas as unidades do município, e tem como principal vantagem a diminuição da angústia do paciente, que muitas vezes não adere ao tratamento devido à demora do resultado, até mesmo por esquecimento. A realização do teste ainda não atingiu todas as unidades, devido a uma necessidade de treinamento dos profissionais quanto à aplicação.

Já quanto aos centros especializados, o tratamento de AIDS é realizado por profissionais treinados e especialistas, em sua grande maioria infectologistas. O preparo destes profissionais é baseado em simpósios, aulas, reuniões de educação continuada e de atualizações sempre que implantada alguma nova diretriz. Ainda de acordo com Zarifa Khoury, o tratamento e prevenção no município é suprido pelas unidades especializadas, sem necessidade de recorrer as UBS após a realização do teste.

Já quanto aos resultados, Zarifa se mostrou satisfeita, já que o tratamento vem dando certo e sendo ampliado nos últimos anos, em conjunto com a prevenção. Apesar das melhorias, o principal desafio ainda é a adesão da população, que, segundo a profissional, pode aumentar por meio da humanização do atendimento e acolhimento, de forma que o paciente seja elucidado quanto as razões do tratamento, “Se a pessoa não entende a importância daquele tratamento, ela vai falhar mais, a pessoa que entende a importância vai se esforçar mais” disse.

Ao profissional de saúde não especializado, cabe deixar claro ao paciente todo o processo realizado até que este seja encaminhado à unidade especializada. Muitas vezes, disse Zarifa, o paciente não sabe ao menos que o teste está sendo realizado, e por isso acaba tendo um choque maior quando é encaminhado a um centro específico de DST/AIDS – o que acaba dificultando ainda mais a adesão.

Além disso, a profissional ressaltou a importância de estudar e ler, sempre através de sites oficiais, como o site da prefeitura e o site do departamento nacional de DST/AIDS, onde há conteúdo teórico confiável, protocolos de atendimento e apostilas para maiores esclarecimentos.

Saiba Mais: 

Departamento nacional de DST/AIDS

Vigilância Epidemiológica de DST/AIDS

Colaborador: Anderson Peixoto