Seminário aborda saúde mental de crianças e adolescentes

Qualificação e capacitação dos profissionais estão entre os principais objetivos do evento

O Seminário Rede Sampa de Saúde Mental Paulistana, ocorrido no dia 29 de agosto de 2014, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, abordou o tema “Atenção Integral à Saúde e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente na Rede de Atenção Psicossocial: o Cuidado no Território”. O evento foi realizado com o objetivo de qualificar e promover a educação permanente dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao longo do dia, especialistas e autoridades de várias instâncias e entidades discutiram temas variados. A mesa de abertura, por exemplo, contou com a apresentação da coordenadora da Política São Paulo Carinhosa, Ana Estela Haddad. Ela mencionou os fatores que ocorrem durante os três primeiros anos de vida e que podem influenciar ou determinar o desenvolvimento psicossocial do indivíduo. “Nos três primeiros anos de vida o cérebro é uma ‘esponja’. Este período pode estar relacionado ao início dos problemas e dos distúrbios”, destacou.

Na sequência, veio o tema “Ações Temáticas para a Infância e Adolescência: Interfaces com a Saúde Mental. Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida, coordenadora da Área Técnica da Saúde da Pessoa com Deficiência do Município de São Paulo, destacou em sua apresentação a importância de tornar o paciente protagonista de sua história, sobretudo com o apoio e participação da família.

Já Fernanda Nicácio, da Coordenação Nacional da Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde (MS), aproveitou para lembrar o número de CAPS existentes no país, que ao todo já somam 2.129.

Mas foi o penúltimo debate do dia que despertou o interesse e participação dos presentes como o tema “Estratégia de Cuidado às Pessoas com Transtornos de Espectro do Autismo na Rede de Atenção Psicossocial”. Dra. Julieta Jerusalinsky, professora de especialização da COGEAE/PUC- SP chamou a atenção para os primeiros anos de vida da criança. “Precisamos avançar na complexidade, mas observar as especialidades da primeira infância”, disse.

Ao final do seminário, Roberto Tykanori, coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do MS, ressaltou alguns pontos sistêmicos: "as coisas resultam das relações e não o inverso”. Segundo ele, enfrentar o autismo é uma questão de produção de valor.

Colaboradores: Anderson Marinho e Bruno Rosas