Em maio o Hospital Dia (HD) da Penha recebeu o selo intermediário SP Amigo do Idoso, outorgado pelo Programa São Paulo Amigo do Idoso, da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O objetivo do selo é estimular o desenvolvimento de territórios amigáveis a todas as idades, com foco no envelhecimento ativo e no estímulo a boas práticas voltadas a pessoas idosas por parte de hospitais, entidades e órgãos públicos.

De acordo com a responsável pela Supervisão Técnica em Saúde (STS) Penha, Mariana Delega, em 2021 o HD assinou o termo de adesão ao programa, e ao longo do ano seguinte trabalhou na implementação de uma série de ações, como a criação de um comitê gestor para o projeto, implantação de plano de acessibilidade, integração das ações voltadas ao idoso no planejamento da unidade e elaboração de uma estratégia de educação permanente em envelhecimento para toda a equipe. O trabalho resultou na certificação com o selo inicial SP Amigo do Idoso, em 2022.

De lá para cá, outras etapas foram vencidas, como criar condições para o cumprimento legal da presença do acompanhante do paciente idoso no hospital e estruturar uma equipe multidisciplinar de referência em saúde do idoso. De acordo com Mariana, o próximo passo é preparar a unidade para a requisição do selo pleno, com o cumprimento de mais uma série de requisitos. “Será um passo natural, pois toda a equipe do Hospital Dia Penha está muito comprometida em tornar a unidade uma referência de acessibilidade para os idosos”.

Veja a seguir uma entrevista com a geriatra Erika Azuma Kayaki, do Hospital Dia Penha, sobre a importância das ações voltadas aos idosos.

Quais as maiores dificuldades com as quais um idoso pode se deparar ao ir a uma grande instituição como um hospital?
A primeira questão é a da própria acessibilidade. Outras são atendimento prioritário, sendo que poucos conhecem o direito de prioridade que idosos maiores de 80 anos têm sobre demais grupos preferenciais, e o etarismo.

Que medidas podem ser tomadas para melhorar essa experiência?
Acredito que o olhar humanizado e acolhedor por parte dos profissionais que trabalham nos serviços de saúde é o primeiro passo para iniciar uma mudança na cultura do atendimento ao idoso. Isso, aliado a uma gerência aberta para ouvir profissionais e pacientes, pode resultar em grandes melhorias. Também acredito que divulgar informações e orientações a colaboradores e usuários é importante para combater preconceitos.

O que elas envolvem, do ponto de vista físico/material e de pessoas?
Envolvem melhorias estruturais dos serviços (rampas, elevadores, barras de apoio, iluminação, sinalizações etc.), bem como treinamento dos profissionais sobre atendimento acolhedor e controladores de fluxo.

Qual o peso da presença dos idosos dentre o público que frequenta a unidade?
A presença de idosos na unidade é extremamente significativa. Dados levantados no ano de 2022 apontam que dos mais de 210 mil atendimentos, cerca de 63 mil eram idosos, o que corresponde a 30% do total de consultas e exames.