Arquivo Histórico Municipal conserva os documentos mais antigos do Brasil

Histórias curiosas do cotidiano da então Vila de São Paulo são destaques do acervo do Laboratório de Restauração e Encadernação do Arquivo Histórico Municipal, que realiza desde 1975, o trabalho de preservação, conservação e restauração de documentos produzidos pela administração pública. Narradas por dois vereadores, um procurador e um delegado de polícia, essas histórias constam nas Atas da Câmara de 1555, considerados os documentos mais antigos do Brasil.

Numa mistura de português, espanhol e linguagem indígena, os despachos descrevem situações corriqueiras, como briga de vizinhos, autorização para deslocamento de animais e até confisco da única cama da região para o uso de um Intendente de Portugal. Juntamente com plantas, prontuários, fotografias e projetos - produzidos pela administração pública até 1922 – as Atas traçam um panorama do desenvolvimento social e urbano da cidade de São Paulo.

Paralelo à guarda de documentos raros, o Laboratório desenvolve ainda o trabalho de restauração, principalmente em livros de registros de morte - muito procurados devido aos pedidos de dupla cidadania e à elaboração de árvores genealógicas.

A reconstrução dos documentos inclui um estudo da gramatura do papel, identificação da cor e utilização de material importado como o papel japonês (adesivo a base de amido) para preenchimento.

É possível fazer uma visita gratuita ao Arquivo Histórico Municipal com o auxílio de um monitor. O passeio, que permite ao visitante conhecer toda a estrutura do equipamento, deve ser agendado antecipadamente.

Serviço: Arquivo Histórico Municipal. Edifício Ramos de Azevedo. Praça Coronel Fernando Prestes, 152, Bom Retiro. Tel.: 3326-1010. Atendimento: de 2ª a sábado, das 9h às 17h.