SDTE inicia capacitação avançada de costureiras na Zona Leste pelo Projeto Cabruêra

 Por: Marta Régia Vieira

Cerca de 70 mulheres da Comunidade União de Vila Nova, antigo Jardim Pantanal, em São Miguel Paulista, Zona Leste da capital, começaram a receber capacitação avançada na área de corte costura por meio do projeto Cabruêra de Capacitação. A ação é fruto de parceria da SDTE-Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo com o Instituto Nova União da Arte-NUA.

O Cabruêra é destinado a mulheres da comunidade, visando capacitá-las tanto na área de corte e costura quanto promovendo sua inclusão digital, no sentido de que possam colaborar na ampliação da produção da Cooperativa Coopercabruêra, gerando emprego e renda. As alunas recebem, pelo POT-Programa Operação Trabalho, da SDTE, bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 653,10.

"Nunca pensei que fosse conseguir colocar a linha na agulha de uma máquina, e agora, vendo os resultados, estou muito feliz em poder me aperfeiçoar em uma nova profissão", diz a dona de casa e ex-vendedora, Gerlane Frazão Santos, de 24 anos, que parou de trabalhar para cuidar de seus três filhos. Gerlane é uma das formadas no final de 2011 pela primeira etapa do Projeto Cabruêra, que capacitou 85 mulheres no curso básico de corte, costura e modelagem de bolsas.

"A realidade da nossa comunidade é de mulheres que têm filho cedo e param de estudar e trabalhar para cuidar da família. Por isso, o resgate da autoestima e a formação profissional é tão importante na nossa vida", relata Lilian Sogabe da Silva, de 28 anos, mãe de dois filhos, que comemora por estar conseguindo se profissionalizar tão perto de casa. "Nós que temos filhos pequenos e moramos tão longe dos centros de emprego, acabamos reféns da falta de oportunidade, então, quando surge um curso como esse na nossa região, comemoramos, pois nos permite continuar cuidando da nossa família", ressalta.

Consciência cooperativista - Para o professor da turma, Jamaro Lima, levar conhecimento e conscientizar as participantes da importância do cooperativismo é sua principal tarefa, para que elas possam conquistar sua independência financeira no futuro. "Vou trabalhar a importância do trabalho sustentável e social que elas promovem, principalmente primando pela qualidade de seus produtos, para serem competitivas no mercado", ressalta Jamaro.

Já para a professora Lúcia Tereza de Fátima Silva, que se capacitou no próprio projeto desde quando era adolescente, o Cabruêra é mais que uma luz, é a oportunidade de conquistar um espaço na sociedade. "Eu, mais que ninguém, sou um exemplo de que aqui é possível conquistar seu espaço, uma profissão e independência financeira", afirma.

Segundo o fundador do Instituto NUA, Antonio Hermes de Souza, transformar a vida das mulheres de sua comunidade é o principal objetivo do NUA Cabruêra. "Muitas delas não tinham perspectivas e hoje, ao vê-las chegando animadas para o curso é uma satisfação e me faz ter certeza que está valendo à pena", diz Hermes que conta com parceiros e recebe doações para avançar em seu projeto. As mulheres do Cabruêra, como complemento do curso de costura, também têm a oportunidade do contato com o mundo da informática por meio de inclusão digital, aprendendo a fazer currículo no computador, criar conta de e-mail e interagir na Internet; e além disso, podem contar com o "Cantinho da Beleza", para melhorar sua autoestima contando com a ajuda de voluntárias que fornecem dicas de maquiagem, cabelo e beleza.

Doações - As bolsas confeccionadas pelas participantes do projeto são ecobags produzidas a partir de matéria prima reciclada, tais como lonas de banners publicitários que são doadas por empresas de várias regiões da cidade. Empresários que queiram doar esse material que esteja sem uso em suas empresas, podem acessar o site do projeto: www.novauniaodaarte.org.