Pro-Aim

Boletim PRO-AIM nº 09 / 3º trimestre 1992

Estudo comparativo de mortalidade no município de São Paulo nos períodos de julho/90 a julho/91 e julho/91 a junho/92

Para conhecer melhor a variação da mortalidade no Município de São Paulo, é apresentado neste número um estudo comparativo entre dois anos consecutivos. Os resultados e análises aqui apresentados são uma exploração inicial que deverá ser aprofundada posteriormente.

No primeiro período ocorreram 59.975 óbitos, enquanto no segundo 58.696, o que representou um decréscimo de 2,1%.

Os grupos de causas em que se observou o maior decréscimo foram as doenças cardiovasculares, as causas externas e as doenças infecto-parasitárias.

As mortes causadas pelas doenças das glândulas endócrinas, nutrição e transtornos imunitários foram as que registraram o maior aumento (4.9%). Isto pode ser explicado pelos óbitos por AIDS que, como causa isolada de morte, apresentaram um acréscimo de 18.8% (351 óbitos).

As mortes maternas aumentaram de 54 para 99 óbitos. Este acréscimo está relacionado ao trabalho de busca ativa destes casos, pelo Comitê de Estudo e Prevenção da Mortalidade Materna.

O decréscimo do número de mortes por doenças cardiovasculares foi de 3,6% e deu-se em todas as faixas etárias, porém foi menor na faixa etária de 65 anos e mais. Estes dados reforçam estudos que demostram uma tendência de queda do número de mortes por estas causas no município.

Os óbitos por doenças infecto-parasitárias diminuíram 12,4%. As diarréias e septicemias foram responsáveis por mais de 70% desta redução. As mortes por diarréia diminuíram cerca de 25% nas faixas etárias de menores de 1 ano e de 50 anos e mais, onde a incidência desta doença é maior. Entretanto, este comportamento não foi homogêneo, variando de uma redução de 48% na região do Butantã/Lapa, até um aumento de 9,4% na região de Itaquera/Guaianases. As septicemias como causa de morte apresentaram uma redução em todos os grupos etários.

As causas de morte mal definidas apresentaram um decréscimo de 22,8%. Esta redução, assim como a apresentada pelas septicemias, deve estar associada a uma melhoria das informações de mortalidade, em parte conseqüência do trabalho realizado pelo PRO-AIM na busca de esclarecimentos das causas de morte.

A tuberculose foi, dentre as doenças infecto-parasitárias, a que teve o maior aumento de óbitos, de 539 para 588 (9,1%).

As mortes por causas externas apresentaram um decréscimo de 3,7%, de 9.025 para 8.687 óbitos. Esta redução foi devida principalmente a um decréscimo nos homicídios (5,1%) e nas mortes por acidentes de trânsito (5,9%). A queda da mortalidade por causas externas deve ser melhor analisada, levando-se em consideração as situações nas quais ocorrem os atos que acarretam estas mortes, o sistema de assistência à saúde disponível, a existência de campanhas de educação no trânsito, entre outros.

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