Planejamento reprodutivo municipal ganha aliado

Novo método contraceptivo para mulheres em situação de vulnerabilidade dura até cinco anos. Prefeitura poderá economizar até R$646.500 a cada mil implantes

'Esse método contraceptivo é muito eficaz para mulheres que têm dificuldade de fazer uso contínuo de outros métodos', disse Padilha

 

Por Keyla Santos
Foto: Edson Hatakeyama


O secretário municipal da Saúde Alexandre Padilha anunciou nesta sexta-feira (12), durante o seminário “Anticoncepção reversível de ação prolongada: opção contraceptiva mais adequada para populações vulneráveis e uma alternativa interessante para postergar a anticoncepção definitiva”, a aquisição, pela rede municipal de saúde, de mil implantes contraceptivos. Os implantes são inseridos sob a pele do braço da mulher e têm efeito que pode durar de três a cinco anos. O Objetivo é contribuir para o melhor planejamento familiar e reduzir casos de gravidez indesejada em populações vulneráveis.

O evento ocorreu no anfiteatro do Hospital Municipal e Maternidade-Escola Doutor Mário de Moraes Altenfelder Silva (HMEC). Especialistas explicaram a importância da adoção desse método, que poderá garantir à Prefeitura economia de R$73.250 a R$646.500 por ano.

Segundo Padilha, essa tecnologia é apropriada para dois grandes grupos que requerem mais atenção da prefeitura: as adolescentes e as usuárias de drogas. “São dois grupos para os quais serão feitos direcionamentos muito especiais. Já começamos o projeto-piloto no Cachoeirinha [Hospital Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha]. Hoje estamos anunciando para todas as maternidades e serviços municipais, para que possam oferecer esse serviço para as adolescentes e para as mulheres que fazem uso abusivo de drogas”, disse o secretário.

Busca ativa

As orientações quanto ao uso dos implantes de etonogestrel para contracepção (Implanon) serão realizadas nos serviços públicos municipais de saúde. São voltados, preferencialmente, para mães-adolescentes que buscarem esses serviços e para usuárias de drogas. Será realizada, também, uma busca ativa nas maternidades municipais que fazem muitos partos e nos serviços que fazem partos de alto risco. “Esse método contraceptivo é muito eficaz para mulheres que têm dificuldade de fazer uso contínuo de outros métodos”, acrescentou Padilha.

A inserção do implante é simples e deve ser realizada por médico treinado com a utilização de anestésico local. O procedimento é ambulatorial e feito preferencialmente na face interna do braço. A margem de falha é inferior a 0,1% e a duração preconizada pelo fabricante é de três anos. A paciente pode retomar as atividades diárias logo após a inserção.

Saiba mais sobre os estudos e pesquisas realizados sobre o tema

O seminário foi organizado pela clínica ginecológica do HMEC. Participaram o coordenador da clínica ginecológica do hospital Geraldo Maurício de Nadai e o diretor do departamento técnico do HMEC Pedro Alexandre Federico Breuel. Os temas do seminário foram apresentados por Cristina Guazzelli, professora livre-docente de obstetrícia da Escola Paulista de Medicina Unifespi; pelo coordenador do Programa de Saúde da Mulher da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) Adalberto Kiochi Aguemi; pelo coordenador do Programa de Planejamento Reprodutivo do HMEC Thiago Guazzelli e pelo chefe do Serviço de Violência Sexual do HMEC Cristião Rosas.