Doença de Chagas é lembrada neste 14 de abril

Zoonose, transmitida pelo inseto barbeiro, tem diagnóstico e tratamento na rede pública, porém estima-se que 70% das pessoas infectadas desconheçam sua condição

A doença de Chagas (DC) é transmitida pela picada do “bicho-barbeiro”, infectado com o protozoário Trypanosoma cruzi. Quando não tratada, ela pode causar insuficiência cardíaca e complicações digestivas. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia estima em pelo menos 1,2 milhão de pessoas infectadas, com maior incidência na região Norte do país.
 
O barbeiro tem hábitos noturnos e pode se esconder em buracos das paredes, frestas, camas e colchões das casas. O seu nome popular se deve ao fato de picar as pessoas na região do rosto. Além do homem, também infecta animais mamíferos. Para alertar a população sobre os riscos que oferece, o 14 de abril marca o dia mundial de conscientização sobre essa enfermidade silenciosa.
 
A transmissão da DC ocorre principalmente quando o barbeiro, ao picar, deposita fezes sobre a pele da pessoa. A picada provoca irritação e ao se coçar, o protozoário contido nas fezes acaba se espalhando e entra na corrente sanguínea pelo local da picada. A boca, o nariz, a mucosa dos olhos, cortes e feridas na pele favorecem a penetração no organismo humano, que ocorre ainda por transfusão de sangue, transmissão de mãe para filho. Outra forma frequente de contaminação é o consumo de alimentos contaminados (com o inseto ou suas fezes), como carne de caça, cana-de-açúcar e açaí.
 
Sintomas
O período entre o primeiro contato e o início dos sintomas varia conforme a transmissão que pode ser vetorial (4 a 15 dias); oral (3 a 22 dias); vertical (em qualquer fase da gestação ou durante o parto); transfusional (acima de 40 dias) e acidental (em até 20 dias).
 
São sintomas da fase aguda:
- dor de cabeça;
- fraqueza;
- febre persistente superior a uma semana;
- ferida na região da picada;
- inchaço no rosto e nas pernas;
- dor abdominal;
- exantema (erupção cutânea avermelhada);
- taquicardia;
- dispneia (falta de ar)
- aumento dos gânglios;
- vômitos e diarreias, especialmente quando ocorre a transmissão oral.

São consequências da doença crônica, que pode se manifestar depois de anos:
- insuficiência cardíaca;
- dilatação do esôfago e intestino (megacólon e megaesôfago).
 
Medidas preventivas
· Telar as janelas para evitar a entrada de barbeiros.
· Manter a casa limpa, varrendo o chão, limpando atrás dos móveis e quadros.
· Expor travesseiros, colchões e cobertores ao sol.
· Impedir a instalação de ninhos de pássaros nos beirais da casa.
· Impedir a permanência de animais e aves dentro de casa.
· Construir abrigos e recintos para animais domésticos distantes da casa, mantendo-os limpos e vistoriados.
· Exercer as boas práticas de manipulação de alimentos.
 
Tratamento
A doença pode ser detectada com exame de sangue rotineiro (sorologia para doença de Chagas). Para o tratamento, a medicação é fornecida pelo SUS, administrada com acompanhamento médico, e a doença tem chances de cura se for tratada rapidamente (antes das manifestações gastrointestinais e cardíaca). Os resultados são mais satisfatórios na fase aguda, período em que o parasita está circulando no sangue. Já fase crônica, são controlados apenas os sintomas para evitar complicações. Em caso de suspeita, procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência, para avaliação e orientação médica.
 
A localização de todos os equipamentos de saúde pode ser consultada na plataforma Busca Saúde. http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/