Vacinação contra HPV completa 10 anos com mais 2 milhões de doses aplicadas na capital paulista

Saúde organiza estratégias para aumentar a cobertura vacinal; imunizante previne contra câncer de colo do útero e outras três neoplasias

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), aplicou mais de 2 milhões de doses do imunizante contra o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) desde que a vacina passou a integrar o Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde (MS), em março de 2014. A implementação foi uma das medidas para erradicar o câncer de colo de útero.

Este tipo de câncer é o terceiro tumor maligno mais frequente nas mulheres brasileiras, ficando atrás do câncer de mama e do colorretal, segundo o MS. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou em 17.010 novos casos durante o ano de 2023.

A vacina disponível na rede pública é a quadrivalente, prevenindo infecções provocadas pelos sorotipos mais frequentes de HPV, que são 6, 11, 16 e 18. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo o mundo. Já os 6 e 11 causam 90% das verrugas genitais. Além do câncer de colo de útero, o imunizante também protege contra os cânceres de vulva, vagina, ânus, oral e peniano.

Cobertura vacinal na cidade de São Paulo
Em 2023, a cobertura vacinal contra o HPV na cidade de São Paulo ficou em 57,6%. Desse número, 72,4% correspondem à vacinação das meninas de 9 a 14 anos e 43,37% à vacinação dos meninos da mesma faixa etária, público prioritário para o imunizante. Quanto antes for realizada a prevenção, melhor será a resposta de anticorpos contra o vírus que tem um percentual relevante de prevalência desde a adolescência até a faixa etária de adulto jovem, quando se inicia a vida sexual.

A meta de cobertura contra o HPV proposta pelo Ministério da Saúde é de 80%. Para atingi-la, Mariana de Souza Araújo, coordenadora do Programa Municipal de Imunização (PMI) da SMS, lembra que é essencial que os pais e responsáveis estejam atentos e levem as crianças e adolescentes para completar o esquema vacinal, formado por duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas. “Estamos organizando estratégias diferentes para aumentar a cobertura vacinal e proteger cada vez mais os adolescentes, não os deixando expostos a doenças preveníveis pela imunização”, alerta a coordenadora.

A profissional lembra que, embora seja uma infecção sexualmente transmissível (IST), apenas o uso de preservativo não é o suficiente para a prevenção do HPV, uma vez que o vírus pode estar presente em outras superfícies da pele, não protegidas pelas camisinhas, como vulva, períneo, bolsa escrotal e região pubiana. Por isso, a vacinação é uma atitude individual para a proteção da comunidade. Afinal, quanto mais pessoas se vacinarem, mais protegida estará a coletividade.

Desde o dia 21 de março, a SMS, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), oferece o imunizante nas escolas da capital como estratégia de tornar a vacinação mais acessível e aumentar a cobertura vacinal. A aplicação só ocorre após os pais ou responsáveis assinarem um termo de consentimento.

Imunossuprimidos também podem receber a vacina
A vacina contra o HPV está disponível ainda para homens e mulheres de até 45 anos imunossuprimidos (pessoas que vivem com HIV/Aids, com imunodeficiência primária ou erro inato da imunidade, em uso de drogas imunossupressoras, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos com doença em atividade ou até alta médica), e para vítimas de violência sexual.

A imunização é feita em todas as 471 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A consulta da localização de todos os equipamentos pode ser feita pela plataforma Busca Saúde.