Fazer a diferença motiva a emergencista Melisa Nucci, do Samu

Atender a todos sem distinção e prestar um serviço humanizado encoraja a atuação da profissional no dia a dia

Após passar 10 anos atuando em um ambiente hospitalar, a médica anestesista Melisa Nucci, de 51 anos, decidiu que precisava de novos desafios. Foi quando ela começou a atuar como emergencista no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital: “Existe um perfil para trabalhar nesta área. Eu descobri que tinha e me apaixonei”, afirma.

De acordo com Melisa, a característica mais importante para trabalhar em um serviço pré-hospitalar é a resiliência, uma vez que é preciso lidar com muitas situações adversas. Tanto que ela já realizou atendimento até em cima de uma árvore.

Para a médica, é muito gratificante trabalhar com um serviço que pode fazer toda a diferença na vida de uma pessoa. “O atendimento pré-hospitalar pode mudar o curso da doença do paciente”, comenta a profissional, que se declara realizada por poder atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente devido ao pilar da equidade.

A foto mostra a médica Melisa Nucci. Ela é uma mulher de pele branca e está com os cabelos pretos presos. Melisa usa um óculos de armação quadrada preta e está vestindo o macacão do Samu. Ao fundo é possível ver uma ambulância do Samu.

A médica emergencista Melisa Nucci declarou ter se encontrado no serviço pré-hospitalar (Arquivo pessoal)

 

Percurso na saúde

Antes de entrar na faculdade, Melisa formou-se como técnica de enfermagem. “Eu me apaixonei por saúde aos 15 anos”. Porém, ao final, percebeu que não queria ser enfermeira, mas sim médica. Ao concluir a graduação, ela escolheu fazer a residência em anestesiologia. A profissional conta que, na época, essa não era uma especialidade com muitas mulheres, tanto que ela foi a única de sua turma. Mas o seu pioneirismo ajudou a abrir espaço para outras mulheres. “Eu vou ao hospital hoje, vejo mulheres trabalhando e ouço os chefes antigos dizendo que é por minha causa que elas estão lá”.

Melisa acredita que essa postura se deve ao exemplo que teve da mãe, que trabalhou e foi persistente numa época em que tudo era muito mais difícil para as mulheres: “Se a minha mãe conseguiu, por que que eu não iria conseguir?!”, questiona.