Foi entre as palavras que a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Sustentável e Promoção à Saúde, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Claudia Walleska, 43 anos, encontrou a possibilidade de ajudar a construir um mundo melhor. Incentivada desde cedo à leitura pelos familiares, escreveu os primeiros versos na adolescência. Enfermeira de formação, ela tem 15 livros publicados em parceria com outros autores, exerce a poesia paralelamente ao trabalho na Saúde, onde está há 11 anos. “Eu me sinto representante de uma parcela muito grande que não reconhecia o seu lugar de fala ou de escrita”, afirma.
Os desafios de ser mulher e mãe estão nos textos de Claudia, com relatos da vida cotidiana e de enfrentamento
do racismo na sociedade. “Quando você começa a fazer algumas coisas, sobretudo sendo uma mulher negra, inspira outras pessoas, independentemente da cor da pele delas. Você mostra que é possível”, argumenta.
A rotina de trabalho no núcleo que integra a Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental (Dvisam) permite que a profissional identifique a necessidade de atenção aos cuidados individuais e ainda relacione a leitura com a promoção de saúde e bem-estar dos servidores da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). No núcleo onde atua, a missão é justamente melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, potencializar ações sustentáveis e cooperativas entre eles. Práticas laborais, coletas seletivas estão entre essas atividades realizadas pela equipe que a enfermeira coordena. Em fevereiro, lançaram o boletim Sustentabilidade e Saúde para divulgar as realizações dessa natureza nas Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis).
Claudia exibe alguns dos 15 livros já publicados com textos dela (Foto: divulgação/SMS)
Sonhos em curso
A mãe de Bruno e Caique, de 11 e 9 anos de idade, conta que os meninos são fãs de sua arte. Na escola, a professora de um deles até leu para a turma um dos poemas de Claudia, o que os deixou orgulhosos. Dedicada ao trabalho na área da saúde, ela nutre o sonho de transformar a vida das pessoas. Em um de seus poemas, fala sobre o desejo de “construir mundos que ainda não existem.” Para materializar essa vontade, a profissional participa do coletivo de escritoras negras Flores de Baobá.
Q+
Claudia faz parte do grupo de basquete feminino “Divas”. Elas se reúnem aos sábados, no Clube Nacional, para a prática do esporte. A coordenadora também gosta de sair para dançar samba rock com o marido Claudio.