Videogame: saiba como o excesso pode prejudicar a saúde

No Brasil, três a cada quatro pessoas dizem consumir jogos eletrônicos

Quando o assunto é diversão, jogar videogame deixou de ser exclusividade de crianças e adolescentes. A chegada da pandemia fez o número de adeptos da modalidade dos chamados e-sports crescer e, atualmente, no Brasil, o público gamer corresponde a 74,5% da população, segundo uma pesquisa nacional realizada anualmente para avaliar o perfil deste universo.

No entanto, do ponto de vista da saúde, a exposição prolongada aos jogos e telas pode ser nociva à saúde dos jogadores. Isso porque as longas horas jogando sentado ou deitado na mesma posição possibilita o desenvolvimento de trombose, má postura e dor nas costas dos gamers. As mãos e dedos, responsáveis por manusear controles ou teclados, também podem ser acometidos por tendinite ou outras formas de Lesões por Esforço Repetitivo (LER)/Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Dort).

Como a rotina de um gamer inclui passar muito tempo em frente à tela da TV ou computador, por conta da exposição à luz, os olhos podem sofrer lesões que vão desde a sensação de olho seco e queimação a mioquimia palpebral - doença ocular que acomete tremor nas pálpebras.

Segundo pesquisa realizada pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2021, entre os paulistanos, 65,93% despenderam três ou mais horas do seu tempo livre assistindo televisão ou usando tablet ou celular, fator que favorece queixas de dor de cabeça ou visão embaçada.

Sono e alimentação são afetados

Existe também a preocupação com a obesidade e a segurança alimentar do público aficionado em videogames. Afinal, a jornada de horas de jogo frequentemente faz com que o usuário perca refeições ou se alimente de snacks industrializados e fast food que prejudicam uma dieta nutricional adequada. Por isso, quando o entretenimento passa à frente de necessidades básicas como comer ou dormir, é hora de repensar se jogar videogame ainda pode ser considerada uma prática divertida.

Caso não haja um controle sobre o tempo no uso dos videogames ou jogos eletrônicos, o convívio social do praticante também pode sofrer consequências danosas. De acordo com especialistas de saúde mental, sinais de introspecção, dificuldade de interação com outras pessoas, falta de apetite, fobia social ou, em alguns casos, síndromes persecutórias são alertas de que o gamer precisa de ajuda.

Uma vez que três em cada quatro brasileiros dizem consumir jogos eletrônicos, é importante que os jogadores e aqueles que pensam em ingressar no esporte sigam orientações para uso saudável dos consoles:


• estipular dias e horários para a prática dos jogos;


• realizar pausas de pelo menos 20 minutos para descanso sempre que possível;


• não pular refeições e manter uma dieta rica em nutrientes;


• alongar-se por pelo menos 15 minutos antes e depois da prática esportiva;


• manter consultas regulares ao oftalmologista;


• respeitar o período de pelo menos oito horas de sono.

Quando os jogos eletrônicos são usados de maneira moderada, eles desempenham um papel importante para o jogador. Ao entrar em contato com ambientes e gráficos de jogos que exigem atenção, automaticamente o gamer exercita áreas do sistema nervoso central que auxiliam na psicomotricidade, raciocínio lógico, memória, lateralidade, coordenação motora e interação com o lúdico.

Ainda nesse contexto, os consoles também servem como mecanismos para entreter famílias inteiras, amigos que estão geograficamente distantes e, sobretudo, divertir pessoas que buscam a prática de um novo esporte. Usada dessa forma, a realidade virtual sugerida pelos jogos pode ser uma boa aliada para pessoas de todas as idades.

Atendimento na rede municipal

Caso tenha sintomas relacionados a LER/Dort, problemas oculares, dores na coluna ou outros, o cidadão pode buscar ajuda na rede municipal.

Basta procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência.

Os endereços das unidades podem ser consultados na plataforma Busca Saúde.