Caroline investe em conhecimento para fazer o melhor trabalho no tratamento de queimados do hospital Tatuapé, referência nacional

A profissional alerta sobre medidas de segurança que podem evitar acidentes; casos que envolvem crianças são os mais recorrentes na emergência do Tatuapé

Na última segunda-feira, 6 de junho, foi comemorado o Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras. A cidade de São Paulo é referência no Brasil com a clínica de queimados do Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, conhecido como hospital do Tatuapé. É lá que há oito anos trabalha a enfermeira Caroline Paula Ribeiro Silvestre Tescaro, de 44 anos de idade, a Carol, como é carinhosamente chamada pelos colegas.

Formada na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, em 2004, a enfermeira valoriza a trajetória, desde a faculdade. “Me formei em uma universidade pública, então faço questão de devolver para sociedade todo conhecimento que recebi”, explica. O início da carreira foi no hospital das clínicas da faculdade de medicina, no interior de São Paulo, onde morava.

Em 2009, Carol passou no concurso para a Prefeitura de São Paulo e foi trabalhar como enfermeira no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Cinco anos depois, já pós-graduada em estomaterapia, especialidade para tratar pessoas com ostomias, incontinências e feridas, decidiu prestar um novo concurso, desta vez para a então Autarquia Hospitalar Municipal (AHM), e escolheu a clínica de queimados do hospital Tatuapé para uma nova fase profissional.

A foto está fechada no rosto de Caroline, uma mulher branca de cabelo ruivo. Ela usa máscara e jaleco azul.

Caroline diz que se orgulha do trabalho no SUS da capital, em um serviço que é referência nacional (Foto: Arquivo Pessoal)

O serviço recebe pacientes de todo o território nacional. “Me sinto orgulhosa, é sinal de que fazemos um bom trabalho aqui”, comenta a enfermeira.

No último mês, uma paciente de 50 anos de idade, foi transferida de um hospital do litoral paulista para a clínica de queimados do hospital Tatuapé. Ela havia sofrido queimadura em um acidente, há seis meses, enquanto morava na Bolívia. Recorrentes na emergência do Tatuapé são os acidentes que envolvem crianças e que podem ser prevenidos com medidas de segurança. “É importante mantê-los o mais longe possível do fogão, deixar as panelas na boca de trás dele, com os cabos virados para dentro, além de nunca colocar toalhas compridas na mesa, porque podem ser puxadas pelas crianças facilmente”, ensina Carol. Há um ano, dois pacientes vieram de Manaus para o tratamento na clínica especializada da rede municipal paulista. Vítimas de queimaduras domésticas, uma dessas crianças permaneceu por seis meses internada na unidade até se recuperar.

Para continuar o trabalho sempre atualizado com as novas práticas e tecnologias, a enfermeira investe em especializações. Além da estomaterapia, bem no início da carreira, cursou dermatologia e laserterpia. Tudo isso para aprimorar o atendimento aos pacientes da clínica de queimados. Foram muitos desafios nessa unidade especializada e Caroline diz que é o que a motiva estar melhor preparada para eles.

Na foto, Caroline está no meio de mais nove profissionais da saúde, dentre eles mulheres e homens. Todos estão em pé usando uniforme azul e máscara.

A servidora com parte da equipe de enfermagem do hospital Tatuapé (Foto: Arquivo Pessoal)

Q+

Em meio à pandemia de Covid-19, Caroline começou a produzir bolsas de nylon, inicialmente como hobby, depois o artesanato acabou se transformando em uma fonte de renda. “Eu aprendi a fazer as bolsas assistindo a vídeos, fora do horário de trabalho, queria apenas me distrair, mas um amigo falou para o outro, a notícia se espalhou, e eu acabei vendendo nas horas vagas mais de 200 bolsas, no ano passado”, comemora.

Caroline está em uma sala médica em pé segurando uma bolsa preta com detalhes amarelos. Ela usa máscara e um jaleco azul.

Durante a pandemia, a profissional aprendeu a fazer bolsas de nylon em tutoriais no YouTube e ganhou uma nova fonte de renda (Foto: Arquivo Pessoal)