Mulheres são principais vítimas da osteoporose

Doença silenciosa provoca fraturas e, em 70% dos casos, ocorre sem que o paciente perceba

Por Keyla Santos

Nesta segunda-feira (20/10) é lembrado o Dia Mundial e Nacional de Luta contra a Osteoporose. Trata-se de uma doença que se caracteriza pela diminuição de massa óssea, com o desenvolvimento de ossos mais porosos e finos, tornando-os mais sujeitos a fraturas. Mulheres são as principais vítimas da doença. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), no período de 2004 a 2013 foram gastos, aproximadamente, R$650 milhões com internações no Sistema Único de Saúde (SUS) devido à osteoporose de pessoas idosas por fratura de fêmur.

Segundo o supervisor da região da Vila Maria/Vila Guilherme, o reumatologista José Mauro Correa, o sintoma comumente observado é a fratura óssea. “O que a caracteriza é que, em torno de 70% dos casos, ela ocorre sem que o paciente perceba. Normalmente, ocorrem fraturas nas vértebras, fêmur, antebraço, úmero e costelas”, disse.

A endocrinologista Anete Hannud Abdo, assistente da área técnica de Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas não Transmissíveis e Saúde do Homem da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), afirma que a osteoporose não costuma apresentar sintomas, é uma doença silenciosa. Ela acrescentou que os sintomas de fraturas vertebrais (causadas pela doença) são dores fortes nas costas, encurvamento da coluna (“corcunda”) e diminuição de estatura.

Fatores de risco

As possíveis causas da osteoporose estão relacionadas a fatores de risco, como hereditariedade (história de fraturas por osteoporose na família), sexo feminino, pessoas brancas, menopausa, compleição pequena (pessoas miúdas, magrinhas), idade avançada, dieta pobre em cálcio, tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso prolongado de corticóides, sedentarismo ou imobilização prolongada.

As mulheres são as mais atingidas pela doença devido à menopausa. “Nessa fase da mulher, há uma queda brusca nos níveis de hormônio feminino (estrogênio), importante para manter a massa óssea, o que torna os ossos mais frágeis”, afirmou Anete.

Esse quadro pode se desenvolver a partir dos 65 anos. Mas, mulheres que tenham deficiência estrogênica (relativa ao hormônio estrogênio) detectada a partir dos 45 anos, já devem ser investigadas.

Outros fatores estão relacionados ao desenvolvimento da osteoporose. Segundo Correa, doenças de fundo hormonal (hipogonadismo, hipercortisolismo, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo e acromegalia), cânceres (mielona múltiplo), cirrose biliar primária e algumas doenças intestinais (inflamatórias, doença celíaca etc.) podem causar a doença.

Tratamento

De acordo com Correa, o tratamento é feito com medicamentos que possam interferir no metabolismo do cálcio e da vitamina D. “Pode ser feito com indicação individualizada, utilizando medicamentos que tenham ação anti-reabsortiva sobre a vitamina D ou medicamentos que estimulem a sua formação”, disse. Em casos de fraturas sem causa espontânea, o clínico geral deve ser consultado, ou, no caso das mulheres a partir dos 45 anos, um ginecologista para orientações cabíveis.