Equipe de manutenção da SMS desenvolve projeto para reaproveitamento de água da chuva

Volume captado é utilizado para limpar calçadas e áreas de uso coletivo

Para a execução do projeto, Gilson e Santos contaram com a colaboração dos colegas de equipe: Sebastiana Silva dos Reis, Audelino Moraes de Carvalho, Carlos Alberto de Oliveira de Carvalho Dario Pinto Neto, Gabriel Francisco Barbosa, Luis Joaquim da Silva, Sebastião Barbosa de Souza e Valter Campos Rodrigues

 

Por Beatriz Prado
Fotos: Edson Hatakeyama

Lucidalva de Jesus começa a lavagem da calçada da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) diariamente, às 7h. Ao contrário do que ocorria todos os dias, agora há uma novidade: a água vem da chuva, captada a partir da iniciativa de servidores da manutenção, que desenvolveu e executou o projeto com itens doados por outros setores da Prefeitura do Município de São Paulo.

A escassez de recursos hídricos, observada com a baixa do volume de água do Reservatório da Cantareira, foi a principal motivação para a busca de alternativas sustentáveis, que pudessem ser adotadas no ambiente de trabalho. “A lavagem da calçada já era feita com água de reuso, mas pensamos em uma alternativa que pudesse ampliar a reserva e conseguimos implantar um sistema de captação sem investimentos. Utilizamos uma caixa d’água de mil litros, canos e curvas, que conseguimos através de doação de outras áreas”, afirmou Gilson Alvim, idealizador do projeto.

Com o sucesso da iniciativa, o próximo passo será ampliar a captação na SMS e servir de inspiração para outras áreas da Prefeitura. “Temos capacidade para instalar mais duas caixas d’água no prédio e esperamos que a ideia seja copiada por outras áreas. É melhor usar água da chuva para algumas tarefas no dia a dia e preservar a tratada para outras necessidades.” Disse José de Araújo Santos, servidor da equipe de manutenção.

Funcionários utilizaram caixa d’água de mil litros, canos e curvas, que conseguiram através de doação de outras áreas da Secretaria

ONU alerta para crise de escassez

O problema da escassez não afeta apenas São Paulo. Segundo a ONU, o uso da água cresceu a uma taxa duas vezes maior do que o aumento da população ao longo do século 20. Enquanto a população do planeta evoluirá dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões em 2030, até 2025 o gasto de água deverá crescer 50% nos países em desenvolvimento e em 18% nos países desenvolvidos.

Ainda existem 780 milhões de pessoas no mundo sem acesso a água potável. E até 2025, 2 milhões viverão em regiões com absoluta escassez. Em meados de nosso século vários países não atingirão os 40 litros de água por dia necessários ao atendimento das carências humanas. Os países em desenvolvimento serão os mais atingidos, devido ao crescimento populacional.

A OMS - Organização Mundial de Saúde – informa que nos países em desenvolvimento 4.000 crianças morrem todos os dias pela falta de saneamento e pela ingestão de água não potável. Sem alimento o ser humano resiste até 40 dias. Sem beber água, vive três.