Prefeitura lança edital para construção do Hospital de Parelheiros

Investimento de R$ 190 milhões beneficiará mais de 200 mil pessoas. Obras devem começar ainda este ano

Por Keyla Santos

O prefeito Fernando Haddad e o secretário municipal de Saúde José de Fillipi Jr. lançaram hoje, no Centro Educacional Unificado (CEU), em Parelheiros, zona Sul, o edital de licitação para contratação da empresa que construirá o Hospital Municipal de Parelheiros. Com investimento de R$190 milhões, o hospital representará muito mais do que a melhoria na saúde. A nova unidade é fruto de uma reivindicação histórica e reacende a esperança da população que sonha com dias melhores para a região. “O hospital de Parelheiros tem um valor simbólico. Porque aqui é a região mais distante do Centro, são mais de 200 mil pessoas que ficam a mais de 30 km de distância de um hospital”, disse Filippi Jr.

De acordo com Filippi Jr., nos últimos dez anos a luta por um hospital ficou mais forte. “Depois de um pouco mais de um ano e meio de trabalho e dedicação, lançamos o edital que representa 40% do caminho a ser percorrido. E percorremos esse caminho com muita disposição, ouvimos os conselheiros, ouvimos a população e todos os interessados”, afirmou.

Trata-se de um hospital com várias especialidades e com inúmeras funções. “Vai ser um Hospital Escola, terá 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), vai ter todas as especialidades básicas necessárias e algumas especialidades de maior complexidade. Vai haver espaço para os profissionais poderem, inclusive, se alojar aqui por duas ou três noites, o que facilita a permanência devido à distância do hospital em relação ao centro de Santo Amaro e ao centro da cidade”, explicou o secretário.

Investimentos

Os recursos virão do governo federal integralmente. “Os R$190 milhões previstos para a obra são recursos garantidos pelo governo federal”, destacou Filippi Jr. Ele enfatizou ainda que o prédio será ecologicamente correto, moderno e à altura daquilo que a Prefeitura de São Paulo quer enquanto símbolo do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A saúde pública, através do SUS, segue uma diretriz muito diferente da saúde privada. Ela vai onde as pessoas precisam e não onde tem o dinheiro. É isso que faz a importância da defesa do SUS enquanto serviço que está à disposição do ser humano, que é valor máximo da sociedade”, disse Filippi.

Haddad enfatizou que a conquista do hospital é o resultado de uma luta da população de Parelheiros de pelo menos 20 anos. “Os últimos hospitais licitados foram no governo Marta, os hospitais de Cidade Tiradentes e M’ Boi Mirim. Depois de muitos anos a gente licita um novo hospital em São Paulo e adquire um hospital no Jabaquara, o Santa Marina, que vai ser reaberto como hospital público. Então, já são dois hospitais que se tornaram realidade aqui na zona Sul, o Santa Marina, que deverá ser aberto entre abril e maio do ano que vem (2015) e o hospital de Parelheiros, que teve edital publicado para contratar a construtora que irá construí-lo.”, afirmou o prefeito.

Conquistas da região

De acordo com a supervisora técnica de Saúde de Parelheiros e moradora do bairro, Maria de Lourdes Simão Silva, a região já conquistou duas unidades de emergências, conhecidas como Unidades de Pronto Atendimento (UPA) que estão no plano de metas deste governo e que serão construídas. “Há também a Unidade Básica Integral que está em reforma no Jardim Campinas, com previsão de entrega para 2015. Já está pronto o projeto do CAPS Álcool e Drogas que o secretário pretende pôr em funcionamento ainda este ano. O prédio deste CAPS foi cedido pela subprefeitura de Parelheiros”, disse. Lourdes destaca ainda que o Programa Saúde da Família da região já cobre 75% da população.

Já para a Coordenadora Regional de Saúde Sul, Tania Zogbi Sahyoun, a vinda do hospital para Parelheiros é uma conquista que supre um déficit de leitos que existe na zona Sul. “A região tem uma média de 0,7 leitos por mil habitantes, quando o preconizado é, no mínimo, 2,5 leitos por mil habitantes. Portanto, a zona Sul é a mais carente de leitos no município de São Paulo”, comentou.

“Este hospital atenderá uma parcela da população que fica no extremo Sul, que tem dificuldade de acesso aos leitos hospitalares pela distância. Logo, o problema será minimizado e Parelheiros ficará numa situação bastante confortável”, disse Tania.

Hospital traz mais tranquilidade

A população de Parelheiros vive um misto de alegria, ansiedade e esperança. Para o aposentado Custódio Rodrigues de Oliveira, 58 anos, morador da região há 30 anos a espera pelo hospital é longa, mas, acredita que agora a promessa saia do papel. “Esperamos por este hospital há muito tempo. E acredito que vá melhorar para todo mundo, inclusive para os meus netos que estão prestes a vir ao mundo. Ele será construído em frente à minha casa”, disse.

Para agente comunitária de Saúde, Andreana Lemos Viana, de 25 anos, que mora em Parelheiros desde que nasceu, o hospital é importante devido à proximidade. “Moramos no extremo Sul e, às vezes, temos que nos deslocar para hospitais distantes, com difícil acesso. A vinda do hospital para cá ajudará, principalmente, para os casos graves e também devido às especialidades que serão disponibilizadas para a população”, afirmou.

A dona de casa Shirley Moura Santana Moreira, de 37 anos, afirma que o hospital ficará acessível para as pessoas de toda a região. “Não moro perto deste novo hospital, mas o acesso é mais fácil, pois o ônibus que passa aqui sai do terminal Varginha. Vai ser bem mais prático, pois a própria UBS encaminhará para o hospital, caso seja necessário”, comentou.

Infraestrutura

O hospital ficará localizado em um terreno de 120 mil m² e terá ao todo 31 m² de área construída, entre as ruas Euzébio Goghi e a Cacual. A população contará com pronto-socorro e maternidade, Hospital Dia, Hospital Escola e com Centro de Apoio Diagnóstico que oferecerá exames de mamografia, endoscopia, raio-x, tomografia, ultrassom e ressonância.

A unidade terá 255 leitos, entre eles, 41 serão de obstetrícia, 30 de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, infantil e adulto, leitos psiquiátricos e dez salas cirúrgicas. Os atendimentos serão em clínica médica, pediatria, ginecologia, neonatologia, cirurgia geral, ortopedia, anestesia, radiologia, entre outros.

Uma premissa do projeto é a preocupação com o meio ambiente, por isso, será feito a implantação de sistema de automação predial - que possibilita a monitoração e o controle dos vários subsistemas visando uso racional da energia, água e climatização. O prédio contará com acessibilidade universal e terá ainda estacionamento, bicicletário, brinquedoteca e um heliponto.