Resultados positivos levam ações do Programa De Braços Abertos para cinco bairros da cidade

Processo de descentralização da política pública iniciada na Cracolândia incluirá sub-prefeituras da Vila Mariana, Lapa, Santo Amaro, Santana e Cidade Tiradentes


“Tínhamos uma fratura exposta na cidade, e o desafio era saber como tratar", destacou Filippi Junior


 

 Por Beatriz Prado e Luciano Cavenagui

A Prefeitura anunciou hoje (29/07), no Auditório Elis Regina do Palácio das Convenções do Anhembi, durante o Seminário “Rede Sampa de Braços Abertos”, a descentralização do Programa De Braços Abertos para cinco regiões da cidade. Também foi destacada a importância do trabalho intersetorial e do diálogo com a sociedade civil para o sucesso da política de redução de danos voltada para usuários de drogas da região da Nova Luz.“Tínhamos uma fratura exposta na cidade, e o desafio era saber como tratar. Para enfrentar o problema, definimos quais práticas não seriam adotadas e recusamos um tratamento de saúde mental com a privação da liberdade”, destacou o Secretário de Saúde José de Filippi Junior.

Desde o início das ações foram realizadas mais de 11.850 abordagens, 1.407 atendimentos médicos e 683 encaminhamentos para serviços de saúde.O Programa envolverá as secretarias municipais de Saúde (SMS), Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), Segurança Urbana (SMSU), Desenvolvimento Urbano (SMDU) e Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) nos bairros de Vila Mariana, Lapa, Santo Amaro, Santana e Cidade Tiradentes.

Para a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, o principal desafio do grupo multidisciplinar é ampliação do programa, respeitando as particularidades de cada região. “Temos quadros diferentes na cidade e cada região deve realizar o atendimento personalizado, dentro dos princípios De Braços Abertos”, concluiu.

O consumo de crack entre os beneficiários do programa “De Braços Abertos” foi reduzido acentuadamente de acordo com informações das equipes municipais de Saúde. Entre outros fatores, a redução se dá como consequência do resgate social e da inserção de atividades que organizam uma rotina diária, limitando assim o uso compulsivo da droga ao longo do dia, hábito que os inabilitava para outras atividades, inclusive cuidados próprios com saúde, alimentação e higiene.De uma média inicial de 10 a 15 pedras por dia, o consumo passou à média de cinco pedras diárias, concentrado no período noturno, segundo os relatos.

 

 

 

Fotos: Edson Hatakeyama