História

COMO SURGIU PARAISÓPOLIS

Para entender a história de Paraisópolis é preciso voltar bastante no tempo, mais precisamente para o ano de 1921. A área em que hoje está situada a favela fazia parte da Fazenda do Morumbi, que foi parcelada em 2.200 lotes pela União Mútua Companhia Construtora e Crédito Popular S.A. A infraestrutura do loteamento não foi completamente implantada e muitos dos que adquiriram esses lotes nunca tomaram posse efetiva, nem pagaram os tributos devidos.
Ou seja, como foi verificado diversas vezes na história de São Paulo, empreendimentos – públicos ou privados – que não tiveram sua implementação concluída, acabaram tornando-se regiões ermas, abandonadas. Dessa forma, tornaram-se um convite para a ocupação informal.

Esse processo começou por volta de 1950, protagonizado principalmente por famílias japonesas (posseiros) que a transformaram em pequenas chácaras, além de atuarem como grileiros. Os anos 60 vão encontrar essa região com roças e gado bovino. Havia poucas casas e alguns bares, porém com a implantação de bairros de alto padrão como o Morumbi, os cemitérios Gethsemani e Morumbi, e a abertura de vias de acesso, como a Avenida Giovanni Gronchi, a região passou a ser objeto de grande valorização, despertando o interesse econômico.

Nessa mesma década, foi elaborado o primeiro Plano de Desenvolvimento Integrado de Santo Amaro, que propunha a declaração da área como utilidade pública, visando uma posterior urbanização. Porém, tudo ficou no papel, e em 1970, já começavam a surgir os primeiros barracos de madeira, ocasião em que iniciou-se a ocupação do Jardim Colombo e Porto Seguro, vizinhas a Paraisópolis.
 

IMAGENS AÉREAS DE PARAISÓPOLIS E SEU CRESCIMENTO AO LONGO DOS ANOS

1948 1968

1977 1987
1996 2000

Ainda nos anos 1970, ficou definido pelo poder público que a ocupação ficaria restrita à habitação unifamiliar e de uso misto, criando condições para implantação de um plano especial de ocupação a ser elaborado em 5 anos.

Novamente as ações não se concretizaram e entre 1974 e 1980 intensificou-se o processo de ocupação da região. O crescimento do processo migratório acelerou-se ainda mais a partir de 1980. Entre as diversas causas, a facilidade de emprego pelo crescimento acentuado dessa região, principalmente com a demanda crescente de mão de obra para a construção civil.



No final dos anos 90, verificou-se mais um aumento populacional devido principalmente à migração de moradores de favelas próximas extintas pela Prefeitura, ocasião em que são adensadas as áreas do Grotão e Grotinho na Favela Paraisópolis.

Hoje, o Complexo Paraisópolis é considerado a segunda maior favela da cidade de São Paulo, com 55.590 pessoas e 20.832 imóveis, além de uma rede de instituições civis que atuam em projetos sociais na favela.