Estudo universitário quer melhorar a vida de quem trabalha em cooperativas

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Promover a saúde entre os profissionais das cooperativas de coleta seletiva por meio da prevenção. Esse é o objetivo do estudo que vem sendo desenvolvido pela Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Universidade Nove de Julho (Uninove) coordenado pela nutricionista Aline dos Santos Falconi e pela fisioterapeuta Sandra Thais Silva Amorim, e que conta ao todo com 12 estagiários nas áreas de Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Odontologia e Psicologia, nas cooperativas conveniadas com a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb).

Concluído em junho deste ano, a primeira etapa do estudo teve início em outubro de 2015 e foi realizada com cooperativados da Cooper Vivabem. A cooperativa faz um trabalho de inclusão social, oferecendo oportunidade de trabalho a imigrantes, ex-detentos, moradores de ruas, adultos em idade avançada e trabalhadores não alfabetizados. De acordo com o estudo, parte desse contingente não tem tempo para se deslocar a unidades de saúde, daí a importância de levar até ela informações de saúde antes que males se manifestem ou se agravem.

Foram acolhidas 42 pessoas, resultando em 37 encaminhamentos para odontologia, 12 para medicina clínica, 10 para medicina pediátrica, 8 para nutrição e 7 para ginecologia. Além disso, foram desenvolvidas diversas ações, como a de Fisioterapia Laboral em que 16 cooperativados tiveram orientação de adequação postural para fazer frente às atividades que desempenham, e assim prevenir doenças ocupacionais e lesões LER/Dort (lesão por esforço repetitivo ou distúrbio relacionado ao trabalho).

Por conta de sintomas e dúvidas levantados pelos cooperativados, foi realizada uma abordagem educativa sobre DST (doenças sexualmente transmissíveis), Aids e câncer de colo do útero. Além de orientações e formas de prevenção sobre os temas, houve distribuição de preservativos, folhetos informativos e até testes rápidos de HIV.

Outra medida educativa levou em conta o material com que trabalham, o lixo, no qual é comum o contato com ratos ou urina desses animais, o que pode provocar a leptospirose. A ação se deu por meio de cartazes, folhetos informativos e orientações individuais ou em grupo. Os participantes também foram orientados sobre como lavar as mãos corretamente, um dos principais métodos de prevenção da doença.

“Esse projeto é importante porque promove a integração de ações de educação de saúde nas cooperativas, visando o autocuidado dos trabalhadores, rastreando aspectos da saúde, identificando dúvidas ou patologias e encaminhando os casos registrados para especialidades identificadas como necessárias. Sempre a custo zero para os cofres públicos, a educação e a promoção à saúde são feitas por estagiários residentes. Ganham eles que ampliam o conhecimento, ganham os cooperativados que nem sempre contam com incentivos e benefícios”, destaca Milton Della Costa, representante da Amlurb no projeto.

Ainda para Della Costa, esse tipo de ação, que inclui sessões com psicólogas com o intuito de reforçar a importância que representam para o universo da coleta seletiva, contribui para o crescimento da produtividade e para a contenção das altas taxas de absenteísmo e rotatividade.