Prefeitura lança projeto Feiras e Jardins Sustentáveis na Lapa

No pátio-piloto, restos de frutas, verduras e legumes são reaproveitados na produção de adubo de qualidade. Durante evento, secretário Simão Pedro anunciou segunda etapa de distribuição de composteiras e do projeto de compostagem nos condomínios

O prefeito Fernando Haddad recebeu nesta terça-feira (15/12) uma amostra do adubo do primeiro lote do projeto Feiras e Jardins Sustentáveis, no evento de lançamento do pátio-piloto de compostagem na Lapa (Avenida José Maria de Faria, 487). Entre as diversas autoridades presentes, também compareceram a vice-prefeita Nádia Campeão, o secretário de Serviços, Simão Pedro, o presidente da Amlurb, José Antonio Bacchim, e o subprefeito da Lapa, José Antonio Varela Queija.

A iniciativa é uma realização da Secretaria de Serviços, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), em parceria com a Subprefeitura Lapa e a empresa Inova, responsável pelos serviços de limpeza nas regiões Norte, Oeste e Central do município.

Situado em área de três mil metros quadrados na Subprefeitura, o pátio recebe, desde setembro último, cerca de 35 toneladas semanais de resíduos orgânicos (frutas, legumes e verduras), coletados em 26 feiras da região da Lapa, além dos resíduos de podas e jardinagem. O projeto permite que esse material tenha novo e importante uso: em vez de ser descartado em aterros sanitários, é reaproveitado na compostagem, o que possibilita a produção de adubo de qualidade.

Além do prefeito, os presentes ao lançamento receberam sacos com o adubo produzido pelo projeto. “É o primeiro equipamento desse tipo na cidade. Para uma metrópole, é muito importante recolher os resíduos das feiras, em vez de destinar para os aterros”, afirmou o prefeito.

Haddad também recordou outras iniciativas importantes na área da coleta seletiva promovidas pela gestão, como a inauguração das duas centrais mecanizadas de triagem, em Santo Amaro e na Ponte Pequena, o processo de ampliação e universalização do serviço e a distribuição de duas mil composteiras domésticas em 2014. “Se houvesse um campeonato de sustentabilidade, São Paulo deveria participar”, destacou.

Até agosto de 2016, a Lapa servirá como referência para outros pátios e quatro centrais de compostagem – cada uma com capacidade para processar, diariamente, 50 toneladas de resíduos — que a Prefeitura pretende implantar no município no próximo ano, descentralizando o processo e diminuindo os custos com transporte dos materiais.

O coordenador de resíduos orgânicos da Amlurb, Antonio Oswaldo Storel, frisou que o projeto está de acordo com o que estabelecem marcos legais como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São Paulo (PGIRS). “A cidade já está botando em prática compromissos que o Brasil assumiu em Paris, como a redução de emissões de gases do efeito estufa. O projeto também está ajudando no combate à crise hídrica, porque não utiliza água.”

Ano da compostagem
Durante o evento, o secretário de Serviços, Simão Pedro anunciou a continuidade de dois projetos importantes no setor durante o primeiro semestre do próximo ano: a segunda etapa do Composta SP, com a distribuição de mais três mil composteiras domésticas, e a compostagem em mais 20 condomínios (o projeto-piloto foi iniciado em agosto em Itaquera, Aclimação e Granja Julieta).
Somadas, as duas iniciativas devem contemplar cerca de 15 mil munícipes. “Assim como 2015 foi da reciclagem de secos, 2016 será o ano da compostagem de orgânicos. Vamos avançar ainda mais e cumprir as metas da gestão”, ressaltou o secretário.

Entenda o processo
Baseado no método criado pela Universidade Federal de Santa Catarina e o Cepagro (Centro de Promoção e Estudos da Agricultura de Grupo), o processo conta com quatro operadores e funciona da seguinte maneira: os orgânicos coletados pela Inova em sacos nas feiras são separados e depositados em leiras (canteiros preparados para o recebimento desses resíduos). Em seguida, são cobertos por camadas de palha de grama, propiciando o surgimento de bactérias e fungos que degradam a matéria orgânica de forma controlada, sem exalar mau cheiro ou atrair insetos.

Os resíduos de poda triturada garantem que o ar continue circulando, o que é fundamental para o êxito do processo. O adubo será utilizado em ações de jardinagem nas praças. Para estimular a participação da comunidade, a Inova investiu em ações de conscientização ambiental e promoverá visitas a escolas.

Fonte: Amlurb