Prefeitura de São Paulo leva acessibilidade para pessoas com deficiência no Carnaval de 2024

Desfiles vão contar com audiodescrição e tradução em Libras

O maior espetáculo da Terra vai começar! A festa popular brasileira, mais conhecida como carnaval, é preparada para trazer alegria para os foliões que estarão na cidade de São Paulo para acompanhar os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), em parceria com a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP), apresenta uma grande novidade para trazer mais inclusão e acessibilidade no Carnaval de 2024, que acontece nos dias 9, 10 e 11 de fevereiro.

Conforme o Censo Brasileiro de 2010, revisado pelo IBGE no final de 2017, a cidade de São Paulo possui 120.660 pessoas com deficiência auditiva. Para esse tipo de deficiência a comunicação é feita através da Língua Brasileira de Sinais, mais conhecida como Libras. A forma de se comunicar vai muito além das mãos, as expressões faciais e os gestos corporais são fundamentais para o entendimento e conversação.

Pela primeira vez, intérpretes de Libras, estarão presentes nos carros de som, ao lado da ala musical das escolas de samba do Grupo Especial e Acesso I, durante todo o desfile. Assim, pessoas surdas e com deficiência auditiva poderão acompanhar o repertório.

Essa novidade é fruto da ação denominada ‘’Carnaval Inclusivo’’, que possui mais dois projetos destinados às pessoas com deficiência.

O primeiro é o Samba com as Mãos, lançado na última segunda (05), projeto que traduz em Libras os sambas-enredo das escolas do Grupo Especial e Grupo de Acesso I — este último incluso desde o Carnaval de 2023.

As gravações foram realizadas em dezembro do ano passado, na Fábrica do Samba. Foram interpretados 22 sambas com o apoio de integrantes das agremiações, intérpretes de Libras e surdos.

Antes da etapa de gravação, há a fase de pesquisa. É necessário estudo e empenho específicos nesse tipo de interpretação, já que os sambas-enredo, muitas vezes, usam palavras de origem africana e ditos populares: isso exige do intérprete um trabalho em conjunto com o autor da letra, para que nada se perca e o contexto se mantenha. O projeto, do início à conclusão, é acompanhado por pessoas com deficiência auditiva.

Os vídeos com as interpretações estão disponíveis nas redes sociais da SMPED (Youtube, Instagram, Facebook).

Já o segundo projeto é a audiodescrição, que é feita para pessoas com deficiência visual e cegas. Este recurso de acessibilidade fornece detalhes sobre imagens, expressões faciais, figurinos, cenários e qualquer outra informação visual que compunham o contexto a ser descrito.

A preparação para a audiodescrição acontece bem antes do dia dos desfiles. O profissional audiodescritor realiza uma pesquisa e recebe um material referente à cada escola de samba, com detalhes do que será apresentado na avenida. Assim, ele tem condições de enriquecer a descrição com a história da escola, dos sambas-enredo e das demais informações sobre o que será apresentado no Anhembi.

O serviço será operacionalizado por meio de uma cabine instalada no Sambódromo, dentro da qual o audiodescritor transformará o que há de visual no desfile em verbal. A transmissão acontece em tempo real pelo canal do Youtube da secretaria (youtube.com/@smpedsp) para quem quiser assistir de casa.