Bibliotecas municipais garantem acessibilidade

Os equipamentos públicos contam com óculos que transformam textos em áudio, acessibilidade arquitetônica nos espaços e acervo de livros em Braille

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) e da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), tem trabalhado ativamente para tornar a cidade de São Paulo cada vez mais inclusiva. A cultura, assim como o esporte e demais atividades, promovem a inclusão e o relacionamento das pessoas. Atrair e formar um público que vá consumir os equipamentos é construir o cidadão. É fazer com a que as pessoas com deficiência consigam conquistar a cidadania plena. A SMPED e a SMC firmaram uma parceria para garantir que os equipamentos públicos culturais sejam mais acessíveis. As bibliotecas municipais já estão sendo contempladas nesta gestão fazem parte das ações de inclusão.

A Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB), ao longo das últimas décadas, tem trabalhado com as questões de acessibilidade em suas bibliotecas públicas, com o objetivo de atender e incluir o maior número de pessoas em seus espaços. Especificamente, o diagnóstico de acessibilidade das bibliotecas da CSMB, documento que é produzido desde 2015, procura sistematizar e mapear ações voltadas a esses fins, para que cada vez mais se conheça o nível de acessibilidade das bibliotecas. Este diagnóstico tem como foco o retrato da realidade das 54 bibliotecas sob a gestão direta da CSMB, sendo compromisso desta coordenação elevar os índices de acessibilidade em suas bibliotecas.

Em 2018, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) adquiriu 54 óculos que possuem acoplados uma pequena câmera inteligente, que escaneia e lê os mais variados tipos de textos, códigos de barras, cores, entre outros. A iniciativa faz parte do programa Biblioteca Viva, lançado em 2017, com o objetivo de incentivar a leitura. Com o aparelho, as pessoas com deficiência visual podem buscar nas próprias estantes das bibliotecas o livro que desejarem. Desenvolvido pela “Mais Autonomia Tecnologia Assistiva”, o equipamento pode ser aplicado não só em livros, mas também jornais, revistas, placas de rua, cardápios de restaurantes, nomes de lojas, mensagens do celular, placas de sinalização e folhetos. Com o dispositivo, o acervo das bibliotecas tornou-se completamente acessível, garantindo autonomia e liberdade à pessoa com deficiência.

A Biblioteca Mário de Andrade, a Biblioteca do Centro Cultural São Paulo (CCSSP) e as Bibliotecas dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) de Perus e Campo Limpo, também já contam com os óculos, que foram entregues por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED).

Além dos óculos scanners, as bibliotecas possuem acervo de livro falado e livros em Braille para consulta e empréstimo, inclusive por meio de remessa postal sem custo. Os livros em Braille foram recebidos por meio de convênio entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Dorina Nowill. É possível fazer a busca dos títulos, acessando o catálogo online do Sistema Municipal de Bibliotecas em: www.bibliotecas.sp.gov.br e no link “Pesquisa no Acervo”, selecionar a palavra e na opção “assunto” digitar os livros para cegos, livros falados ou audiolivros, conforme o interesse.

Mais autonomia e inclusão

As bibliotecas também contam com a tecnologia assistiva dos scanners acessíveis em algumas unidades e ainda oferecem treinamentos para os funcionários, parceria firmada entre a SMPED, Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o Fundo de Interesse Difusos (FID) da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, com apoio da Prefeitura de São Paulo.

Os sites das bibliotecas também garantem a acessibilidade comunicacional. O Sistema Municipal de Biblioteca promove o acesso às suas homepages para pessoas cegas, ou com baixa visão, por meio do recurso de audiodescrição, e para pessoas com deficiência auditiva, por meio do recurso de tradução automática de texto e voz para a Língua Brasileira de Sinais, uma parceria com o aplicativo Hand Talk que conta com um intérprete 3D.

Acessibilidade Arquitetônica

Reformas para garantir a acessibilidade arquitetônica são administradas pelo Gerenciamento Técnico de Obras (GTSA) da Supervisão de Engenharia e Arquitetura da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Das Bibliotecas Públicas da SMC, 52% têm acessibilidade arquitetônica para pessoas com deficiência física, no que diz respeito a banheiros adaptados e rampas de acesso ou plataforma.

Os balcões de atendimento ao usuário estão entre os itens que estão sendo confeccionados com o objetivo de serem acessíveis nas bibliotecas. Neles, a altura é adequada para que a aproximação frontal ao balcão permita uma interação melhor entre o funcionário e o usuário.

O Núcleo de Serviços de Extensão em Leitura tem se preocupado cada vez mais com acessibilidade, por isto o serviço Ônibus da Cultura, biblioteca móvel que percorre dozes roteiros na cidade, possui plataforma elevatória. Para conhecer os roteiros acesse: http://bit.ly/2MqExQI

Para conhecer as bibliotecas de bairro da SMC que são acessíveis, acesse: Diagnóstico das condições
de acessibilidade nas bibliotecas públicas da CSMB
. Também são acessíveis, as bibliotecas do Centro Cultural São Paulo e Mário de Andrade). 


Por Letícia Galatro