Parceria entre Seped e Fecomercio visa ampliar o acesso de pessoas com deficiência ao comércio de rua

Iniciativa inclui reserva de vagas para pessoas com deficiência em ruas comerciais, criação de rotas de acessibilidade e até concessão de "selo" para os lojistas

Os lojistas da rua João Cachoeira presenciaram hoje uma cena inusitada para as ruas de São Paulo. Cerca de 20 pessoas, entre cadeirantes e deficientes visuais, passearam pelo trecho entre as travessas Iaiá e Tabapuã testando in loco a acessibilidade da rua João Cachoeira, uma das principais do centro comercial do Itaim, zona oeste de São Paulo.

A rua teve seu trecho revitalizado no final de 2003, sendo uma das primeiras a preverem acessibilidade às pessoas com deficiência. O motivo da caminhada foi a parceria firmada entre a Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, por meio de sua Secretária Mara Gabrilli, e a Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), por meio do presidente do Conselho das Ruas Comerciais, Felippe Naufel, para ampliar o acesso das pessoas com deficiência ao comercio de rua – apesar da acessibilidade das calçadas, os lojistas ainda não se adaptaram para receber essas pessoas.

As primeiras ações dessa parceria englobam a criação de lei que obrigue a reserva de vagas para deficientes a cada 100 metros em ruas comerciais, a sensibilização dos comerciantes para a adaptação de acesso aos seus estabelecimentos para esse público – que também é consumidor - e a implantação das chamadas ‘rotas de acessibilidade’. Entre as iniciativas previstas a fim de incentivar a adesão dos lojistas ao projeto, está a criação de um selo que conferirá ao estabelecimento o status de local que garante o acesso a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Para se ter uma idéia, segundo o Censo Populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de São Paulo tem, entre seus 10 milhões de habitantes, 10,32% de pessoas com deficiência. Se incluirmos as que têm mobilidade reduzida, como idosos e obesos, esse número pode chegar a 3 milhões de paulistanos. Ou seja, é uma imensa população que sofre com a falta de acesso na cidade de São Paulo.

Embora a João Cachoeira tenha sido escolhida para sediar a oficialização da parceria - em virtude de ter sido pioneira na iniciativa de adaptar as calçadas para garantir o acesso dos deficientes - o projeto será estendido a todas as 18 ruas que compõem o Conselho da Fecomercio, estejam elas revitalizadas ou em processo.

A secretária Mara Gabrilli, que também foi convidada a - junto com os deficientes - “testar a acessibilidade da calçada”, aprovou a pavimentação e a iniciativa. “Como eu não me mecho do pescoço para baixo, dependendo da calçada, alguém tem de me segurar para estabilizar o meu tronco, e na João Cachoeira isso não foi preciso. Sem contar a importância dessa ação para a inclusão social da pessoa com deficiência”, afirmou a Secretária, que ainda apontou algumas melhorias a serem feitas no trecho. “Está faltando colocar, em alguns lugares, o piso podotátil (para alerta dos deficientes visuais) e nos totens de orientação, pode-se colocar também um mapa tátil”, comentou.

Para todas as pessoas com deficiência presentes à visita de hoje, o calçamento foi aprovado. Reprovada, mesmo, só a atitude dos lojistas em não se adaptarem para receber as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Na maior parte das lojas havia um ou dois degraus para se chegar ao estabelecimento.

 

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