Esporte: por uma vida saudável

Programas utilizam o esporte para incluir pessoas com deficiência

A inclusão das pessoas com deficiência por meio do esporte é uma das principais bandeiras tomadas pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida e pela Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Prefeitura paulistana.

Desde o início desta gestão, diversas iniciativas conjuntas foram tomadas para sensibilizar a sociedade e os funcionários da área de esporte do executivo municipal sobre o potencial da pessoa com deficiência através da utilização da prática esportiva como recurso para a reabilitação e inclusão social.

No final do ano passado foi realizado, no auditório do 7º andar do Edifício Matarazzo, o I Fórum de Inclusão ao Paradesporto que reuniu mais de 180 técnicos em esporte dos Centros Educacionais Esportivos – CEE´s da Prefeitura de São Paulo para a sensibilização da importância da inclusão da pessoa com deficiência nas práticas esportivas. Esse evento contou com a parceria, também, da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras. O principal objetivo do Fórum foi mostrar os benefícios adquiridos através da atividade física e o quanto isso contribui para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.

Seguindo essa proposta de sensibilização e formação, desde o início deste ano está sendo realizado o Curso de Capacitação para Práticas de Educação Física para Pessoas com Deficiência. Dirigido a técnicos, professores, auxiliares e estagiários de Educação Física da cidade de São Paulo que possuam graduação na área. O curso foi dividido em cinco módulos: deficiências visual, mental, física, auditiva e "les outres" e suas particularidades, e Políticas de Inclusão e Estratégias. Essa capacitação tem o objetivo de proporcionar aos profissionais de Educação Física conhecimentos técnicos e práticos a respeito das diversas deficiências para que esses profissionais possam conviver e desenvolver programas de educação física, esportes, lazer e recreação para essas pessoas. Assim é possível criar uma prática de esportes inclusiva na cidade de São Paulo.

Agita Sampa Deficiente

A Seped lançou no ano passado o programa Agita Sampa Deficiente, uma iniciativa das Secretarias da Pessoa com Deficiência e de Participação e Parceria em conjunto com o Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul) e que visa estimular a atividade física entre as pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Este programa é uma ramificação do Agita Sampa, que também objetiva combater as inúmeras doenças provocadas pela falta de atividades físicas, principalmente as cardiovasculares, primeira causa de morte na população em geral.

Os benefícios de uma vida ativa para as pessoas com deficiência vão muito além de reconhecer ou superar os limites corporais. Exercícios regulares proporcionam bem estar físico, previnem diversas doenças, melhoram o metabolismo e aumentam a força muscular. Mas outro fator é de igual importância: a atividade corporal, por meio do esporte, é um grande facilitador na superação das barreiras atitudinais da sociedade. O esporte, hoje, funciona como uma vitrine quando mostra que deficiência não é sinônimo de incapacidade.

Remar é Possível
uma prática de inclusão da pessoa com deficiência

Graças a uma parceria entre a Prefeitura da Cidade de São Paulo e a Confederação Brasileira de Remo (CBR), no início deste ano foi realizado o 1º Seminário de Remo Adaptado do Brasil. Idealizado e organizado pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e a CBR, o seminário teve como objetivo divulgar todas as informações sobre o remo adaptado às pessoas com deficiência: suas elegibilidades, tipos de barcos, treinamentos esportivos adaptados, características das pessoas e suas potencialidades, regras e regulamentos do esporte etc.

Na solenidade de abertura, o presidente da CBR, Rodney Bernardes, falou sobre a importância dessa iniciativa e anunciou que o tema “Remar é Possível” será a denominação oficial dos programas sociais da CBR em todo o País. A própria secretária da Pessoa com Deficiência, que é tetraplégica, acredita que remar é, sim, possível.

O seminário motivou o Comitê Paraolímpico Brasileiro e a Confederação Brasileira de Remo a assinarem um documento de parceria que visa garantir, de forma inédita, a participação de atletas brasileiros nas Paraolimpíadas de Beijing 2008. A partir deste documento, fica garantida não só a participação brasileira em Beijing 2008, como também em todas as competições mundiais da modalidade.

O professor Celby Rodrigues Vieira, diretor da CBR, pioneiro nos esforços para oficializar o Remo Adaptado no Brasil e um dos convidados do seminário, falou da importância do evento e um pouco da história dessa modalidade: “o remo adaptado começou a ser trabalhado há 26 anos, no Rio de Janeiro, e hoje conta com uma confederação e um comitê nacionais”, afirmou Celby. O evento, que contou com o importante apoio da FISA (Fédération Internacionale dês Sociétés d´Aviron), também foi lembrado pelo professor: “a palestra do professor José Nunes [FISA], nos trará excelentes esclarecimentos pois ele é o criador desta modalidade em nível mundial”, disse.

O seminário aconteceu entre os dias 21 e 23 de março de 2006 para professores e estudantes de educação física, fisiopterapia, técnicos de remo e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que procuram informações sobre essa nova modalidade esportiva adaptada.

Dia da Atividade Física e Saúde

Organizado pela Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Prefeitura da Cidade de São Paulo, o “Dia da Atividade Física e Saúde”, realizado em maio deste ano, foi idealizado para divulgar e orientar as práticas físicas junto à população paulistana.

Esporte e saúde andam de mãos dadas. E nada mais importante para o ser humano do que ter uma vida saudável, com qualidade e resistência. Se abordarmos, então, a saúde da pessoa com deficiência, a prática de atividade física torna-se ainda mais necessária.

A Secretaria da Pessoa com Deficiência (Seped) participou do 1º Dia da Atividade Física e Saúde com um estande onde distribuiu material informativo sobre o Agita Sampa Deficiente e outras iniciativas inclusivas. Também houve, durante o dia, a apresentação de dois grupos de dança de pessoas com deficiência: o da Bombelêla Dance Company – que mostrou o street dance – e um grupo de capoeira da AACD, com cerca de 20 participantes.
 

Pedalada pela Liberdade dos Sentidos

A II Pedalada pela Liberdade dos Sentidos, realizada no final de junho, reuniu surdocegos e deficientes múltiplos sensoriais para andar em bicicletas adaptadas na zona sul da capital. Um dos principais objetivos do evento é ampliar o lazer das pessoas surdocegas e múltiplas deficientes sensoriais e fortalecer a campanha de reconhecimento da Surdocegueira como deficiência única, visando a inclusão social.

A programação da “pedalada” faz parte das comemorações da Semana Internacional da Surdocegueira, comemorada na última semana de junho, em homenagem ao aniversário da surdocega mais conhecida do mundo: Helen Keller. Educadora, escritora e advogada de cegos, Keller (1880-1968) aprendeu a ler pelo método Braille, chegando a falar por imitação das vibrações da garganta, as quais captava com as pontas dos dedos. O esforço de sua mente em procurar comunicar-se com o exterior teve como resultado o afloramento de uma inteligência excepcional, considerada a maior vitória individual da história da educação. Foi considerada uma das grandes heroínas de seu tempo. A iniciativa do evento é da Ahimsa – Associação Educacional para Múltipla Deficiência - e do Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial, e conta com o apoio da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo (Seme) e da Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (Seped).

IV Pan-Americano de Deficientes Visuais

Em setembro do ano passado, o Brasil recebeu pela primeira vez o IV Pan-Americano de Deficientes Visuais. Atletas de 11 países disputaram, em São Paulo – cidade escolhida para sediar os jogos, a quarta edição dos Jogos Pan-Americanos de Deficientes Visuais da IBSA (International Blind Sports Federation). A competição é uma realização da Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC) e IBSA, com patrocínio do Bradesco, apoio das secretarias municipais da Pessoa com Deficiência e de Esportes, Lazer e Recreação, além do apoio da São Paulo Turismo, órgãos estaduais e federais.
O Pan-Americano serviu como teste para os Jogos Mundiais para deficientes visuais, programados para 2007, também em São Paulo. "Foi a primeira vez que recebemos os Jogos Mundiais no Brasil, com mais de dois mil atletas e 70 países representados", afirmou o professor David Farias Costa, presidente da ABDC.