A aposentadoria está chegando. E agora?

  A aposentadoria está cada vez mais próxima para boa parte dos servidores municipais. A cada dia que passa, esse momento importante na vida de cada um fica, mais e mais, uma realidade. Para a maior parte das pessoas, é um motivo de alegria e satisfação.

Na realidade, essa postura é mais “da boca para fora”, pois o que se aproxima é uma nova fase da vida de cada um, que requer muita reflexão e planejamento, tanto no campo prático quanto no aspecto emocional e mesmo psicológico.

Segundo os estudiosos do assunto, assim como a passagem da infância para a adolescência, e desta para a vida adulta, bem como as mudanças em termos de estado civil ou na carreira profissional, a aposentadoria também é uma transição.

E os números sobre o crescimento demográfico do nosso País comprovam que é crescente a população com mais de 60 anos, os que se enquadram na chamada Terceira Idade, em relação ao total de habitantes. Ou seja, o Brasil está envelhecendo.

“Atualmente, a expectativa de vida no País está em 72 anos, e não para de subir, com os avanços nos conhecimentos sobre qualidade de vida, inclusive os avanços na Medicina”, afirma a terapeuta ocupacional Edriana Consorti, da Unidade de Referência de Saúde do Idoso, da Secretaria Municipal de Saúde.

Ela foi uma das palestrantes do “Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA)”, curso que se realizou de 14 a 17 de maio últimos no Núcleo de Projetos e Educação em Saúde, da Divisão Técnica de Promoção à Saúde, uma unidade do Departamento de Saúde do Servidor (DESS), da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sempla).

O programa é desenvolvido para funcionários municipais que estejam a até três anos do momento de aposentarem-se, e mostra, num total de 15 horas/aula e fornecimento de certificado, os ganhos e perdas que deverão ocorrer na vida de cada um.


Orientação

A ênfase das palestras, às quais compareceram 32 servidores “em vias de se aposentar”, é de apontar para essas pessoas a necessidade de um projeto de vida, de descobrir habilidades, além de cuidar das questões financeiras, já que, em geral, o rendimento será menor.

Até mesmo uma das palestrantes do curso, a servidora Maria Silvana Duque Estrada, admitiu as dificuldades dessa fase, já que ela mesma está no final de sua carreira ativa na Prefeitura: “Há alguns anos, eu vivo esse sentimento. A gente fica esperando esse momento; algo que você espera com ansiedade e medo, pois o que virá pode ser bom ou ruim; é preciso cuidar para que seja mesmo um presente, um prêmio”.

Antigamente, a aposentadoria (a palavra vem de aposento), para a grande maioria, significava a proximidade do fim da vida. Hoje, é certo que quem se aposenta tem perto de 20 anos para exercer outras atividades e conseguir um envelhecimento saudável. O importante é procurar aquela que melhor se adapta a cada um, seja um trabalho voluntário, um artesanato, alguma prática cultural (música, pintura, dança, por exemplo).

E assim foram divididos os participantes do mais recente PPA, pela terapeuta ocupacional Patrícia Brito Moraes, especialista em Gerontologia. Ela explicou melhor o que é envelhecimento saudável: decorre da menor prevalência de doenças crônicas e/ou das limitações de cada pessoa. Para isso, prática de atividade física regular, mudança de hábitos, inclusive na alimentação, prevenir acidentes e traumas, e ampliar a rede de suporte social, com a manutenção de papéis sociais.

O Programa de Preparação para a Aposentadoria tratou também dos aspectos legais dessa fase do servidor municipal. A justificação teórica para a promoção do curso é de “instrumentalizar os participantes no preparo para a aposentadoria, através da reflexão e reconhecimento dos aspectos positivos e negativos desta fase da vida, incentivando-os a se planejar para o futuro”.

Desde sua implantação, em 1996, o PPA já reuniu 45 turmas, com servidores de toda a Prefeitura de São Paulo, com 1.200 servidores concluindo o curso. Além disso, foram feitas 35 palestras em Semanas Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT’s), além de apresentações na Seminário de Saúde do Servidor (em 2007), no Fórum do Ano Internacional do Idoso, da Universidade Mackenzie, e no Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (em 2012), em Santos.