Samba com as Mãos leva acessibilidade a surdos no Carnaval de SP

Projeto-piloto reuniu grupo de trabalho que analisou critérios de acessibilidade para a maior festa popular da cidade no Sambódromo do Anhembi.

Surdos e pessoas com deficiência auditiva puderam sentir a força das baterias das escolas de samba e a emoção de ver as alas e carros alegóricos desfilando bem de perto. Melhor ainda poder acompanhar as letras de todos os sambas-enredo traduzidas para Língua Brasileira de Sinais. Isto só foi possível graças à ação “Samba com as Mãos”, iniciativa da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência em parceria com a SPTuris, que levou acessibilidade para a maior festa popular da cidade nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro, no Sambódromo do Anhembi.

O projeto-piloto reuniu um grupo de trabalho formado por surdos, intérpretes de Libras da CIL e técnicos da Secretaria que analisaram itens como acessibilidade de informação, localização e tradução dos sambas-enredo, além de buscar novas possibilidades para que todas as pessoas tivessem a total compreensão de todos os elementos da festividade. “Participar das discussões e dos detalhes do ‘Samba com as Mãos’ foi muito importante, pois estamos proporcionando meios para os surdos conhecerem e se aproximarem do Carnaval, uma festa rica em história e detalhe”, falou a voluntária surda, Lilian Thais.

No espaço reservado em frente ao recuo da bateria, duas telas transmitiam os sambas-enredos das agremiações do Grupo Especial em Libras simultaneamente ao desfile. Seguindo as interpretações das telas, os surdos se alegraram em seguir o ritmo da bateria. “Foi muito gostoso sentir a vibração de cada escola e ver o colorido das pessoas e das roupas. Tudo fez sentido, pois compreendi o samba-enredo e tinha o apoio dos intérpretes”, comentou o educador de artes e surdo, Edinho Santos

A secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Marianne Pinotti, ressaltou o ineditismo da iniciativa. “Pela primeira vez no carnaval paulistano estamos trazendo um público que historicamente não vinha ao Sambódromo. É comum vermos pessoas com outras deficiências frequentando este espaço e agora trabalhamos para que a comunidade surda tenha a mesma oportunidade”, concluiu. O projeto contou também com apoio da Secretaria Municipal de Turismo e do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência.