Mulheres com deficiência realizam mamografia no Hospital Municipal do Campo Limpo

Iniciativa faz parte do Outubro Rosa para Mulheres com Deficiência e garantiu acessibilidade para a realização dos exame

Dezenas de mulheres com deficiência e cuidadoras realizaram no sábado, dia 17, o exame de mamografia para detecção do câncer de mama no Hospital Municipal do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, sendo que para boa parte delas, foi a primeira vez neste procedimento tão fundamental para o combate à doença. Foram 44 mulheres beneficiadas neste primeiro dia da ação Outubro Rosa para Mulheres com Deficiência – Reconstruindo a Vida, uma parceria entre as Secretarias Municipais da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida; e de Saúde, com a Sociedade Brasileira de Mastologia – SBM e o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência – CMPD/SP.

Maria da Lapa Cavalcanti, 57 anos, foi a primeira a realizar o exame. Ela cuida de sua irmã, Maria da Conceição que possui deficiência intelectual e que também foi até o Hospital do Campo Limpo fazer a mamografia. “Foi o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência que entrou em contato comigo para realizar a mamografia. E, embora eu já realize anualmente o exame, foi uma ótima oportunidade para ajudar a cuidar da saúde da minha irmã” contou Maria da Lapa.

O objetivo do projeto foi facilitar para as mulheres com deficiência e cuidadoras o exame em equipamento acessível de mamografia e também no encaminhamento, quando necessário, para a rede de saúde e posterior tratamento. As inscrições foram feitas durante a abertura do Outubro Rosa no dia 3 de outubro no Shopping Frei Caneca. O CMPD também fez o cadastramento prévio de interessadas. O transporte de ida e volta ao Hospital Campo Limpo foi realizado pelo Serviço Atende, também da Prefeitura de São Paulo.

Eliane Sousa, 45 anos, esteve presente para fazer o exame e sabe, por experiência própria, a necessidade da mamografia. Há quatro anos ela teve um nódulo muito agressivo no seio direito. “Era um carcinoma invasivo de grau dois, que quando fiz a cirurgia já tinha quase cinco centímetros  A cirurgia durou seis horas e quando eu voltei para o quarto já estava sem o seio”, relata Eliane. Após a mastectomia, ela continua com o tratamento utilizando uma substância que se chama tamoxifeno, um quimioterápico oral e também rotineiramente faz a mamografia para saber se continua tudo bem com a sua saúde. “Essa doença quando ela vem não escolhe cor nem classe social. Assim, toda a mulher precisa realizar periodicamente o exame para que tenha a possibilidade de se tratar” completa Eliane.

Mara Padilha, técnica de radiologia médica, trabalha há dez anos no Hospital do Campo Limpo. A técnica exalta o papel do Outubro Rosa. “Muitas mulheres deixam de fazer o exame por falta de tempo no dia-a-dia ou pelo mito da dor. Assim atitudes como essa de trazer a mulher com deficiência ao hospital para fazer o rastreamento do câncer de mama são tão significativas”.

A secretaria municipal da Pessoa com Deficiência, Marianne Pinnotti, que também é médica mastologista, foi acompanhar de perto a realização dos exames. Ela explicou que o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento e cura da doença. “Sei que muitas de nós mulheres têm receio de fazerem a mamografia porque se incomodam com o procedimento do exame e, principalmente, não sabem como encarariam um possível diagnóstico positivo.Mas se realizado precocemente, as chances de cura da doença chegam a 90%”, esclareceu Marianne.

A ação continuará no sábado, dia 31 de outubro, quando as demais mulheres cadastradas terão oportunidade de realizar a mamografia no Hospital do Campo Limpo. Os resultados serão entregues no dia 28 de novembro. Haverá acompanhamento do médico mastologista e todas as mulheres que precisarem de tratamento receberão um encaminhamento.

 

Foto 1: secretária Marianne Pinotti acompanhando exames
Foto 2: Van do serviço Atende transportando pacientes
Foto 3: Mulher com deficiência física realizando mamografia
Foto 4: Equipe médica atendendo mulheres com deficiência