Palestra orienta policiais militares para o trabalho na Parada do Orgulho LGBT

Coordenadora de Políticas para LGBTI+ falou sobre identidade, orientação sexual e formas de tratamento

Cerca de 50 policiais militares que vão trabalhar na Parada de Orgulho LGBT da cidade de São Paulo participaram, no auditório da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, de palestra de sensibilização realizada pela coordenadora de Políticas LGBTI+, Léo Áquilla. O dia escolhido para a explanação foi o 17 de maio, Dia Internacional de Combate à LGBTfobia.

Na palestra “Desvendando o Arco Íris” Áquilla, mulher transsexual, falou sobre identidade e orientação sexual, termos de tratamento apropriados, conceito atual de família e outros assuntos relacionados às questões de gênero, tais como as diversas nuances que se apresentam na quantidade de letras que identificam pessoas LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Intersexos, Não-binários) entre outras siglas que vão surgindo de acordo com a descoberta das pessoas sobre a sua identificação sexual.

A coordenadora de Políticas LGBTI+ também contou sua vivência como mulher transsexual, as dificuldades que passou desde criança, as violências que sofreu. Áquilla disse que se assumiu somente aos 40 anos, depois que se formou em jornalismo, ao término de seu trabalho de conclusão de curso que era sobre as pessoas transsexuais e o mercado formal de trabalho.

“Você mata uma pessoa para assumir outra”, disse sobre o processo difícil que as pessoas enfrentam, de aceitação pela sociedade, dos pais e filhos, entre outros fatores.

A 1ª Sargento Gianini, do 13º Batalhão, região do Brás, conta que participou de vários eventos LGBTI+, inclusive das Paradas do Orgulho LGBT da Avenida Paulista. Ela está há 21 anos no Batalhão que abrange área onde o evento ocorre. “A importância de saber lidar com diferentes é fundamental para qualquer atividade. A PM não é diferente. Nosso intuito é proteger o ser humano, a pessoa e a sua individualidade”, afirma.

Gianini disse que procura estudar sempre porque o trabalho com pessoas assim exige. Afirma que conhecia praticamente todo o tema e os termos ditos durante a palestra e que o conteúdo exposto será útil para os policiais que participaram da palestra.

“A evolução humana depende sempre de estudo e pesquisa e sempre procurei estudar para exercer bem o meu trabalho. Muito do que foi dito será de utilidade dos policiais. Gostei bastante quando ela abordou a forma pela qual as pessoas LGBTI+ preferem ser tratadas, o nome e o pronome adequado e que é importante perguntar. Na dúvida, é melhor perguntar, do que ser grosseiro. Essa orientação de como se referir às pessoas foi bastante útil para a nossa tropa. Sou totalmente a favor da troca de conhecimento entre as instituições”.

A Parada do Orgulho LGBT este ano será realizada em 11 de junho, na Avenida Paulista, e a cada edição vem quebrando os recordes de participação de público e de projeção para o turismo da cidade de São Paulo, atraindo pessoas de vários estados e países. É considerada um dos maiores eventos do gênero no mundo.