Prêmio Luíza Mahin recebe inscrições até 31 de maio

Mulheres que estão na luta contra o racismo são homenageadas

 

Com o objetivo de homenagear mulheres comprometidas com a luta antirracista e a valorização da cultura negra, o IV Prêmio Luíza Mahin, concedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), por meio da Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, está com inscrições abertas até 31 de maio.

Entidades ligadas aos movimentos sociais negros e de mulheres e coletivos de militância digital antirracista, com atuação na cidade de São Paulo, podem indicar um nome para concorrer ao prêmio.

As inscrições devem ser enviadas para o e-mail smdhccpir@prefeitura.sp.gov.br, indicando no assunto Proposta Edital Prêmio Luiza Mahin nº 004/2023/SMDHC/CPIR.

Além do nome, as entidades devem enviar telefone e e-mail da pessoa indicada, sua minibiografia, a justificativa da indicação e informações sobre homenagens e/ou premiações que a concorrente ao Prêmio tenha recebido anteriormente.

É necessário enviar, também, um breve histórico da organização proponente, comprovando sua atuação em prol da cultura negra e contra o racismo no município.

A premiação acontece em julho, em comemoração ao Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe, conforme o Decreto Municipal nº 52.242, de 14 de abril de 2011, que regulamenta a Lei Municipal nº 14.636, de 19 de julho de 2007.

Visibilidade e reconhecimento

O reconhecimento de suas trajetórias é da maior importância para as ganhadoras do Luíza Mahin. De acordo com Ana Beatriz Prudente Alckmin, 29 anos, criadora do primeiro projeto de empreendedorismo cultural feminino para formação de produtoras culturais e artistas periféricas, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, “foi uma cura para a angústia da invisibilidade as pessoas saberem que teve uma mulher negra ajudando a construir uma política pública importantíssima para a cidade”. Premiada em 2020, ela é a mais jovem ganhadora do Prêmio.

Para Martha de Oliveira Braga, 70 anos, uma das homenageadas mais experientes e presidente do Aristocrata Clube, criado para receber pessoas negras, que normalmente eram banidas dos demais espaços, o sentimento é semelhante. “É uma honra receber esse prêmio no dia que o Aristocrata Clube completa 62 anos de resistência a todas as mazelas que a gente já sofreu e que ainda sofre por ser negra. Antigamente o negro não podia entrar nos grandes clubes, senão pela porta dos fundos, como empregado”, afirmou. Ela foi premiada em 2021.
Desde sua primeira edição, em 2020, o Prêmio Luíza Mahin condecorou 21 mulheres que estão no front da luta antirracista, nos mais variados segmentos, como saúde, direito, cultura, educação, assistência social, entre outras. Em 2023, outras 7 mulheres negras serão homenageadas. A expectativa é que as premiações individuais continuem fortalecendo cada vez mais os coletivos.

Quem foi Luiza Mahin

A premiação leva o nome da líder, guerreira e ex-escravizada africana, provavelmente originária da Costa de Mina. Organizou diversos levantes de escravizados, que sacudiram a Província da Bahia nas primeiras décadas do Século XIX. De acordo com historiadores, Luiz Gama daria a entender que Luiza Mahin era a sua mãe.

O edital está disponível no site da SMDHC.