Cidade de São Paulo é exemplo em políticas para população imigrante

Evento sobre empregabilidade de mulheres migrantes reuniu representantes de 36 empresas na Fiesp

 De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) da Organização das Nações Unidas (ONU), vivem no Brasil 1,7 milhão de imigrantes e a cidade de São Paulo é a casa de 350 mil deles, de 150 diferentes nacionalidades, e 54,9% são mulheres. Com o objetivo de facilitar o acesso delas ao mercado de trabalho formal, a Coordenação de Política para Imigrantes e Trabalho Decente, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), realizou nesta sexta-feira (24/03) o evento “Inovação e Diversidade: contratando mulheres imigrantes”, com apoio da OIM, do Conselho Superior Feminino (CONFEM) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e da Virada Feminina, e dos Selos de Direitos Humanos e Diversidade e de Igualdade Racial.

“Mulheres imigrantes têm as mesmas dificuldades que muitas brasileiras, como serem as únicas provedoras da família, cuidarem sozinhas dos filhos. Quando chegam em outro país ainda enfrentam xenofobia e preconceito. Eventos como esse servem para que os gestores das empresas reflitam sobre a situação e efetivamente empreguem esta população”, disse Soninha Francine, secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

Em sua apresentação, Carla Lorenzi, representante da OIM, falou sobre as vantagens de contratar imigrantes, lembrando que muitos têm boa formação educacional; explicou como lidar com a documentação e deu exemplos de boas práticas para integrar as pessoas na empresa, como sensibilização dos funcionários brasileiros, mentoria para os imigrantes e articulação com as redes locais. Destacou ainda o trabalho feito pela Prefeitura de São Paulo.

“A cidade de São Paulo é exemplo em políticas para imigrantes. Tem uma lei municipal para a População Imigrante; uma coordenação na Secretaria de Direitos Humanos; e um Conselho Municipal de Imigrantes. O mundo está em movimento e migrar é um Direito Humano”, disse Carla.

Desde 2019, o Hospital Israelita Albert Einstein mantém o “Programa de Empregabilidade Einstein”, iniciativa reconhecida em 2022 pelo Selo de Direitos Humanos e Diversidade, da SMDHC, na categoria Transversalidades.

No projeto piloto do programa, que faz a inclusão de pessoas em situação de refúgio, sete foram contratadas para cargos de base. Hoje são 26 imigrantes empregados, sendo 19 mulheres. Todos recebem acompanhamento, com ajuda de organizações parceiras, para que consigam melhorar sua qualificação e buscar novos cargos dentro da empresa.

“Este programa é motivo de orgulho para o Hospital Albert Einstein, que foi fundado por um grupo de judeus fugidos da guerra e que quer retribuir para a sociedade a oportunidade que tiveram”, explica Déborah Rocha, analista de Recursos Humanos da empresa.

A abertura do evento contou com a presença do cônsul adjunto dos Estados Unidos em São Paulo, Jonathan Austin; da gerente sênior de programa da OIM-ONU Migração, Michelle Barron; da representante da United States Agency International Development (USAID), Rumi Solano; e da presidente do CONFEM-FIESP e da Virada Feminina, Marta Lívia Suplicy. Representantes de 36 empresas participaram da atividade.

“Temos trazido o olhar de humanidade para as empresas da FIESP, que tem o compromisso com a inclusão e a diversidade. Contratar imigrantes dá bons resultados econômicos e humanitários”, finalizou Marta Lívia Suplicy.

O imigrante que está na cidade de São Paulo tem acesso a todos os direitos e serviços públicos. Um dos marcos da Política Municipal para População Imigrante é o Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI) Oriana Jara, serviço gratuito, que atende em diversas línguas e oferece orientação jurídica, psicossocial, sobre regularização migratória e encaminha para serviços públicos de saúde, educação e assistência social.

O CRAI Oriana Jara fica na Rua Major Diogo, 834, Bela Vista, e atende de segunda a sexta, das 8 às 18h.