Escultura mobiliária do artista Hugo França é entregue no Largo do Arouche

Ação da Subprefeitura da Sé foi feita em parceria com a Coordenação de Políticas para LGBT da SMDHC, como parte do programa de requalificação do Largo, tradicional área de convivência da população LGBT na Cidade

Por volta das 10h desta quinta-feira, dia 14, um grupo de crianças desenhava apoiando a folha de papel no robusto tronco de árvore colocado em pleno Largo do Arouche. A árvore era original da Praça Buenos Aires, em Higienópolis, até o dia em que caiu e foi então transformada em um curioso e confortável banco de praça, agora à disposição da comunidade que frequenta a região do Arouche. “É uma árvore que estava morta, tinha caído e agora é devolvida à rua com uma utilidade pública”, define o designer Hugo França, autor da transformação.

Na ação da Subprefeitura da Sé, em parceria com a Coordenação de Políticas para LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Hugo França entregou para o Largo do Arouche dois bancos esculpidos em árvore, utilizando uma técnica que começou a ser desenvolvida no final da década de 1980. A motosserra, instrumento símbolo do corte predatório de florestas, nas mãos de Hugo França vira a ferramenta de trabalho que esculpe o que o artista define como “escultura mobiliária”.

“Trabalho com resíduo florestal ou lenhoso urbano, árvores mortas que se transformam em peças dirigidas ao mercado de design-arte, um mercado recente no Brasil”, explica França, que tem na cidade baiana de Trancoso o seu ateliê.

Com um acabamento em verniz e cera, ambas as árvores levaram cerca de um mês para serem transformadas em banco de praça. Na transformação, Hugo França destaca que a proposta é manter o máximo possível as características originais da árvore. Além dos dois charmosos bancos, a requalificação do Largo do Arouche entregue hoje à comunidade também incluiu melhorias na iluminação pública, o plantio de grama, de palmeiras, e em breve uma base móvel da Guarda Civil Metropolitana.

“As praças e parques de São Paulo há tempos passam por um processo de esvaziamento, deixando de ser atraentes e usadas pela comunidade. Precisamos mudar isto e voltar a ocupar os espaços públicos da cidade”, afirmou Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos e Cidadania.

Junto às crianças, um grupo de idosos, empresários e comerciantes da região também marcou presença no local. Conhecido em São Paulo por ser uma tradicional área de convivência da população LGBT, a requalificação do Largo do Arouche faz parte do projeto de ocupação dos espaços públicos pela cidadania, desenvolvido pela SMDHC.

Tão logo terminaram os desenhos, as crianças penduraram suas ilustrações em um varal de corda atravessado na praça, balançando ao vento e atraindo o olhar de quem passava.

 

Fotos: Comunicação/SMDHC