Colóquio debate nova ordem global em direitos humanos

Evento realizado pela organização Conectas teve a participação do secretário Rogério Sottili, da SMDHC, que falou das incongruências que marcam a promoção dos direitos humanos no âmbito municipal, federal e internacional

O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, participou nesta terça-feira, dia 15, do 13º Colóquio Internacional de Direitos Humanos, realizado pela Conectas Direitos Humanos, organização que tem como missão promover a efetivação dos direitos fundamentais e do estado democrático de direito no Sul Global (África, América Latina e Ásia).

Até o dia 19, mais de 100 defensores da causa, de 40 países, estarão reunidos no Tuca (Teatro da Universidade Católica), na PUC de São Paulo, para discutir o tema Uma Nova Ordem Global em Direitos Humanos? Atores, Desafios e Oportunidades.

Rogério Sottili participou da mesa que abordou as incongruências entre a situação nacional e o papel internacional dos Estados na promoção e proteção dos direitos humanos. O secretário ressaltou, primeiro, as incongruências que existem entre as realidades nos municípios e no País. “Tomemos como exemplo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Na média nacional, os indicadores sociais do Brasil não são ruins. No entanto, quando desagregamos os dados, percebe-se que em alguns municípios o cumprimento das metas ainda está muito distante do que desejamos. Encontramos em alguns locais indicadores que se aproximam dos de países mais pobres do mundo, enquanto outros já ultrapassam as metas estabelecidas para 2015. Por isso é tão fundamental municipalizar os ODM, ou seja, analisá-los a partir de um olhar local, construindo indicadores municipais e estaduais, que nos permitam aferir o alcance das metas em cada territorialidade.”

O secretário também afirmou que ainda há muito a avançar na área de direitos humanos no Brasil, mas, “como lembrou a presidenta Dilma em seu discurso na abertura da Assembleia da ONU no ano passado, os países não podem ficar reféns de suas deficiências”. “Não é porque temos telhado de vidro que não devemos apontar as diversas violações de direitos humanos que existem pelo mundo, além de reconhecer e enfrentar as nossas próprias dificuldades, é claro”, completou.

Ainda em relação às incongruências internacionais, Rogério Sottili destacou o desequilíbrio entre os investimentos massivos que se faz em segurança e em intervenções com uso da força, ao invés de se empreender esforços para a erradicação da fome e da pobreza, a redução do HIV e outras situações extremas. “Precisamos pensar em estratégias conjuntas e urgentes, incluindo o perdão da dívida externa de países em condições de vulnerabilidade, que ainda estão distantes de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.”

 

Foto: Conectas Direitos Humanos