PGM-SP recorre à Justiça para manter araras sob os cuidados do Município até decisão em processo que investiga maus-tratos e posse ilegal de animais silvestres

Aves estão em tratamento no Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS)

A PGM-SP conseguiu na última quinta-feira (14), decisão judicial favorável para manter sob a guarda e os cuidados do Município, duas araras, uma araracanga (Ara macao) e uma arara-canindé (Ara ararauna).

Os animais foram apreendidos em operação realizada pela Polícia Civil em junho deste ano, após denúncia de maus-tratos e posse ilegal de aves silvestres. As aves foram encaminhadas ao Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestre (CeMaCAS), vinculado a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. O Centro foi especialmente concebido para receber e tratar animais silvestres vítimas de acidentes, maus tratos ou de comércio ilegal.

Insatisfeita com a apreensão, a investigada requereu medida liminar para obter a guarda provisória dos animais, o que foi concedido pela Justiça em decisão que determinou a entrega imediata das aves.

Após ciência da decisão pela PGM-SP, as profissionais encarregadas do tratamento das aves elaboraram um relatório técnico detalhando as condições estéticas e sanitárias das aves, bem como seu status de conservação. Entre outras questões, apurou-se o seguinte que: as aves pertencem a espécies ameaçadas em função do tráfico internacional de animais; permaneciam expostas em local fechado e com pouco espaço, sendo mantidas acorrentadas e com panos ou plásticos ligados às penas da cauda, servindo como “fraldas”; quanto ao estado nutricional, ambas possuíam peso abaixo da média registrada para a espécie – possivelmente atrelada à deficiências na alimentaçãos – e penas com linhas de estresse. Destaca-se que em 28 dias de tratamento com a equipe do CeMaCAS, houve ganho de peso de 34% a mais em relação ao peso anterior para a araracanga e 27% para a arara-canindé.

Diante dessas informações, a PGM-SP opinou pela permanência das aves sob os cuidados do Município considerando as condições de maus tratos às quais eram submetidas e a realidade atual, em que passam por atendimento clínico veterinário, ganho de peso, melhora do comportamento e condições adequadas de manejo.

Após atuação da PGM-SP no processo judicial, foi proferida decisão reconsiderando as decisões anteriores para que as aves apreendidas sejam mantidas sob a guarda e os cuidados do CeMaCAS até o desfecho da investigação.