Nota de solidariedade

Para Conselho Municipal de Juventude, assassinato do adolescente Kaíque Augusto reforça luta pelos diretos da juventude LGBTT

O Conselho Municipal de Juventude (Conjuve) de São Paulo recebe com consternação a notícia do cruel assassinato do jovem Kaíque Augusto, negro, homossexual, 16 anos. Kaíque foi, infelizmente, mais uma vítima da violência homofóbica de nossa cidade. Seu assassinato, na madrugada do dia 11, com traços de tortura como a retirada dos dentes, hematomas na cabeça e uma barra de ferro cravada na perna, nos indigna e reforça nossa luta pelos diretos da juventude LGBTT.

No relatório da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sobre a violência homofóbica no Brasil em 2012, constatamos que as principais vítimas são jovens de 15 a 29 anos de idade (61,16%). No critério raça/cor, a população negra e parda também aparece no topo da lista das vítimas: 51,1% das vítimas são negras e 44,5% brancas. Com base nesses dados, defendemos que a cidade de São Paulo construa um plano municipal de combate à homofobia, no qual a juventude seja prioridade.

É preciso também que o Estado de São Paulo tenha uma política de segurança pública que de fato assegure a vida e os direitos da juventude, seja na questão da liberdade de orientação sexual, seja na questão da circulação nos espaços públicos.

Exigimos nosso direito de viver em uma cidade e em um país livre de qualquer tipo de violência e preconceito. Não podemos tolerar a banalização da vida humana.

Que a apuração desse caso seja feita e que imediatamente mude-se a notificação no que diz respeito à causa da morte, registrada como suicídio e não homicídio.

Nossa solidariedade à família e aos amigos de Kaíque.

Conclamamos toda a juventude de São Paulo à luta pela aprovação do PLC 122.
Criminalização da homofobia já!

 

Conselho Municipal de Juventude (Conjuve)