Professores e alunos recebem o 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos

Cerimônia também homenageou Frei Betto com o Prêmio de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns

As secretarias municipais de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e de Educação (SME) anunciaram na noite de quarta-feira (10), em solenidade no Auditório Ibirapuera, os vencedores do 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos. Ao todo, foram inscritos cem projetos de professores, alunos, grêmios estudantis e unidades escolares, superando os 63 projetos de 2013.

Acessibilidade e inclusão, enfrentamento ao preconceito, gestão escolar democrática, direito à comunicação e o direito à memória e à verdade foram alguns dos temas abordados pelos doze projetos vencedores desta edição. Confira a relação dos premiados, por categoria, ao final da matéria.

A novidade deste ano foi a entrega do primeiro Prêmio de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns a Frei Betto, personalidade de destaque na defesa e promoção dos Direitos Humanos no Brasil. “Fico feliz em receber essa homenagem das mãos dessa gestão, que tem como prioridade a defesa dos direitos humanos”, disse ele. Frei Betto dedicou o prêmio a todos os anônimos que empenham suas vidas a defender, Brasil afora, os mais vulneráveis e os mais necessitados.

O prêmio também é uma forma de homenagear Dom Paulo, figura de destaque na luta pelos direitos humanos no país. “Sua dedicação transcendeu a Igreja, salvou vidas e mudou a história do Brasil”, declarou Margarida Genevois, ex-presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo e que trabalhou ao lado de Dom Paulo durante 25 anos.

 

Direitos Humanos na escola
Eduardo Bittar, coordenador de Educação em Direitos Humanos da SMDHC, destacou que, em 2014, todas as 13 Delegacias Regionais de Ensino (DREs) tiveram trabalhos inscritos. “Tudo isto nos mostra o ativismo e o protagonismo da rede municipal de educação”. Já Maria Victoria Benevides, falando em nome da Comissão Julgadora, enfatizou a variedade de temas apresentados por professores e alunos, como respeito e cidadania, enfrentamento ao racismo, meio ambiente, comunicação, cultura afro e indígena e a luta pela verdade e memória relacionada a ditadura civil-militar. “Todos os projetos revelaram sensibilidade e compromisso”, ponderou Maria Victoria.

Lembrando o dia 10 de dezembro, em que se comemora a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e ainda a entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, enfatizou que ainda hoje nos confrontamos com uma inaceitável realidade de violação de direitos. Sottili prestou reverência a todos os professores e alunos que acreditam na educação em direitos humanos e que desenvolvem junto à comunidade escolar projetos importantes como os que estavam sendo premiados ali. “São vocês os agentes fundamentais da transformação da nossa sociedade, acreditando que vale a pena se dedicar à formação mais humana e cidadã das nossas crianças e jovens.”

O secretário de Educação, César Callegari, lembrou que numa determinada escola do Butantã que visitou recentemente, todos os trabalhos colaborativos autorais tinham a temática dos direitos humanos. Tais trabalhos são feitos pelos alunos do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental II e se caracterizam pela construção de conhecimento a partir de projetos curriculares comprometidos com a intervenção social.

Para o prefeito Fernando Haddad, ser militante dos direitos humanos no Brasil é mais difícil “do que em outros países mais pacificados”. E salientou que é muito importante ver os estudantes desde cedo já preocupados com a causa. “O prêmio hoje nos faz ver o quanto ainda temos que caminhar.”

O evento integra a programação do Festival de Direitos Humanos – Cidadania nas Ruas 2014. Confira aqui a programação completa do festival aqui.

 

Projetos vencedores: 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos

Categoria – Unidades Educacionais
1º - Ditadura Militar em um viés literário (EMEF Frei Francisco de Mont´Alverne)
2º - Mais do que marcas no muro, marcas na infância de meninos e meninas (CEU EMEI Aricanduva)
3º - Centro de Memória Cohab Raposo Tavares (EMEF Profª Maria Alice Borges Ghion)

Categoria – Professores
1º - Café Terapêutico (CIEJA Campo Limpo)
2º -  Uma Jornada Pela Diáspora Africana (EMEFM Vereador Antonio Sampaio)
3º - Educação Física Escolar e os DH (EMEF 19 de Novembro)

Categoria – Estudantes
1º - Nas ondas do Marili: Comunicação, um direito humano (EMEF Professora Marili Dias)
2º - Jornal Novas Ideias (EMEF Alceu Amoroso Lima)
3º - Radio Fitt (EMEF Mario Fittipaldi)

Categoria – Grêmio Estudantil
1º - Grêmio Estudantil em ação: conhecendo o passado para fortalecer o futuro (EMEF 19 de Novembro)
2º - Grêmio Estudantil - Experiências de criação e consolidação (EMEF Desembargador Amorim Lima)
3º - Projeto Convivência Cidadã (EMEF Firmino Tibúrcio da Costa)

 

Frei Betto, homenageado pelo Prêmio de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns

 

Grupo Pombas Urbanas, na abertura da ceminônia

 

Prefeito Fernando Haddad

 

Margarida Genevois, que compôs a Comissão Julgadora

 

Rogério Sottili, secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania

 

César Callegari, secretário municipal de Educação

 

Plateia, durante a cerimônia de premiação

 

Cerimônia de premiação do 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos

 

Cerimônia de premiação do 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos