População e governo dialogam sobre direito à cidade e ocupação dos espaços públicos pela cidadania

Encontro realizado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania reuniu cerca de 200 pessoas na Praça Roosevelt, que debateram a elaboração de ações de ocupação dos espaços públicos de São Paulo com base na convivência, na tolerância e no direito à cidade

Aconteceu nesta quarta-feira, dia 30, o primeiro #DiálogoSPDH/DireitoàCidade, uma roda de conversa organizada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) para discutir a construção conjunta de políticas que promovam a ocupação dos espaços públicos do Município com base na cidadania, na convivência, na tolerância e no direito à cidade.

Realizado na Praça Roosevelt, no centro, a partir das 19h, o diálogo contou com a presença de cerca de 200 pessoas e teve como mediadores o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, e o coordenador de Promoção do Direito à Cidade da SMDHC, William Nozaki.

Rogério Sottili apresentou a SMDHC e a nova Coordenação de Promoção do Direito à Cidade, além da prática da Secretaria de promover diálogos com a população para a elaboração coletiva de políticas públicas (saiba mais). “Nós nos pautamos pelo diálogo e pela participação social porque acreditamos que só existe construção de políticas eficazes se for de forma participativa. É a sociedade civil que sabe o tamanho da demanda, o tamanho dos problemas e tem propostas e experiências a serem compartilhadas.”

O secretário também explicou a importância do tema da ocupação dos espaços públicos de São Paulo pela cidadania. “Precisamos invadir a Cidade para disputar valores, ocupar os espaços públicos para que as pessoas possam exercer a cidadania. O sentimento de pertencimento à cidade é a base da construção dessa cidadania.”

Sobre o papel da nova Coordenação de Promoção do Direito à Cidade, Rogério Sottili afirmou: “Nós queremos construir com vocês a nossa intervenção na Cidade. Essa coordenação foi criada como forma de elaborar, coordenar e articular políticas a partir de escutas, de diálogos com toda a população, para que a gente possa construir essa ocupação. Nós queremos com essa coordenação ajudar o governo a repensar a sua estratégia e a sua intervenção urbana.”

William Nozaki, coordenador de Promoção do Direito à Cidade, destacou que a Coordenação também tem como missão apoiar e facilitar as diversas formas de ocupação que já vem acontecendo em São Paulo. “A gente delineou três elementos centrais de atuação, que são o diálogo social, a articulação local e um processo intenso de construção de processos colaborativos junto a coletivos e movimentos já atuantes na Cidade.”

Entre as demandas expostas pelos participantes do diálogo, tiveram destaque os entraves da ocupação dos espaços públicos gerados pela especulação imobiliária, pela repressão policial, pela falta de equipamentos de cultura e lazer nas periferias, pela dificuldade de locomoção e pela repressão a grafiteiros e artistas de rua. “A Cidade está cada vez mais privada e murada. O espaço público em São Paulo não existe. Aqui, você não pode ter encontro, é um lugar gerado pelo desencontro. A polícia mata, não tem tolerância. As pessoas estão trancadas atrás dos muros. E não é muro para grafitar ou para criar alguma coisa. Voltar a ter vizinhos na Cidade, isso é segurança. É olhar para um ‘mano’ na calçada e dizer: ‘Esse é paulistano como eu’”, declarou Julinho, um dos participantes.

 

Fotos: Comunicação/SMDHC