Pessoa com Síndrome de Down reencontra familiares depois de dias de desparecimento

JHFS não conseguia se comunicar, o que dificultou o trabalho da Divisão de Desaparecidos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

 A Divisão de Desaparecidos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania conseguiu localizar os familiares de JHSF, 34 anos, que tem Síndrome de Down. Ele se encontrava desaparecido desde 10/12, quando saiu de Ferraz de Vasconcelos, município da região metropolitana.

O reencontro ocorreu na noite de quarta-feira, 20/12, no Convento de São Francisco, no centro histórico de São Paulo, mais conhecido por Chá do Padre, oferecido pelo serviço de acolhimento de pessoas em situação de rua prestado pelo SEFRAS – Ação Social Franciscana em convênio com a Prefeitura de São Paulo.

JHSF saiu da casa dos familiares em Ferraz de Vasconcelos e foi encontrado no centro da cidade. Acredita-se que tenha feito o trajeto a pé – são 30 km de Ferraz à região central de São Paulo -, pois estava com os pés bastante machucados. Encaminhado para um serviço social da Prefeitura, a assistência social comunicou a Divisão de Desaparecidos e solicitou que o órgão buscasse localizar os familiares, que foram encontrados, em parceria com a 5ª Delegacia de Pessoas Desaparecidas, devido as características físicas e uma foto que acompanhava o Boletim de Ocorrência.

Localizar os familiares foi difícil porque JHFC não conseguia se comunicar e tudo o que ele dizia era “Duda”, que depois se descobriu tratar-se de uma prima, como explica o diretor da Divisão de Desaparecidos, Darko Hunter.

“Solicitei que enviasse a localização em tempo real (à declarante no BO do desaparecimento, enquanto ela se dirigia ao centro), pois são raros os casos em que podemos estar presentes para vivenciar o reencontro. Chamei a equipe para participar desse momento de alegria que poria fim à angústia de toda a família. Ela enviou a localização de onde se encontrava, e enquanto íamos para o local do reencontro, pelo celular perguntei quem seria Duda, já que ele sempre falava esse nome. Ela explicou que era uma prima dele e compartilhou que toda a família estava à procura dele incansavelmente, 24 horas por dia”, disse Darko Hunter.

Os familiares, assim que comunicados da localização se dirigiram para o centro da cidade. O encontro, à noite, se deu em clima de grande emoção. JHFC reconheceu prontamente e abraçou a todos. Às 22h, quando retornaram a casa, mandaram para Darko um vídeo de agradecimento. Incentivado a participar da mensagem, JHFC disse: “Aleluia”.