A Praça da República recebeu na tarde do último domingo (24), mais uma edição da tradicional festa da Alasitas. Organizada pela Associação de Empreendedores Bolivianos da Rua Coimbra (ASSEMPBOL), com apoio da Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), a festa é celebrada na cidade desde 1999, para cultuar o Deus da Abundância “El Ekeko”, tendo reunido mais de 30 mil pessoas na região central.
A novidade deste ano foi a inclusão da festa na programação oficial em comemoração ao aniversário da capital paulista, sendo que o evento está incluso no calendário oficial da cidade desde 2014. De acordo com Rogério Sottili, secretário especial de Direitos Humanos do Governo Federal, presente na festividade, as manifestações culturais dos imigrantes colaboram para “a pluralidade cultural de São Paulo, ajudando no seu desenvolvimento social e econômico”. O secretário salientou a importância de políticas públicas para a consolidação do processo democrático “aos mais diversos povos que aqui vivem”. Sottili classificou o Centro de Referência e Acolhida para o Imigrante (CRAI) como “referência nacional” e citou o exemplo do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que anunciou a criação da primeira unidade do centro na capital gaúcha, para exaltar o programa. “Somos modelo de boas políticas para todo o mundo”, frisou.
Durante a festa, os visitantes puderam acompanhar uma série de atrações artísticas e musicais, além de conhecerem as origens culturais e religiosas dos adereços de adoração ao “El Ekeko”, como miniaturas de notas de dinheiro, carros e animais, bem como outros bens materiais representando os desejos para o ano de 2016, espalhados por 60 barracas. Na gastronomia, a festa ofereceu o que há de melhor na culinária boliviana, como o típico plato paceño, composto de favas, milho verde, batata, queijo e carne.
Para Luis Vazquez, presidente da ASSEMPBOL, “o grande objetivo da festa foi fazer com que pudéssemos realizar um maior processo de integração das culturas boliviana e brasileira”. “É importante que conheçam um pouco das nossas raízes, da nossa cultura e comida”, disse.
No evento, os objetos adquiridos pelos visitantes puderam ser benzidos pelos yatiris, que abençoam as miniaturas por meio de fumaças de incenso e regando-as com vinho e álcool. As crianças também tiveram um tratamento especial, já que foram instalados brinquedos e distribuídos doces. Entre os grupos folclóricos que se apresentaram no palco principal estavam o Kantuta Bolívia, San Simon, a banda Anhorança (formada por imigrantes em São Paulo), além do grande destaque da tarde, o grupo Chilla Jatun.
A festa da Alasitas faz parte do compromisso da Prefeitura de São Paulo em dar apoio e de promover eventos de imigrantes na cidade, integrando a meta 65 da atual gestão, que prevê a criação e a implementação da Política Municipal para Migrantes e de Combate à Xenofobia. Para o próximo ano, a expectativa dos organizadores é expandir o evento para outros pontos da capital, bem como atrair mais visitantes, ampliando desta forma o conhecimento cultural do país vizinho por parte dos brasileiros.