Dia Mundial Sem Tabaco relembra dos riscos do tabagismo

Fumar é a principal causa de mortes evitáveis no mundo; data é um alerta para os fumantes

Por Gabriel Serpa

Mais de oito milhões de mortes no mundo são atribuídas ao tabagismo todos os anos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de sete milhões são causadas pelo consumo direto de tabaco e derivados, enquanto 1,2 milhão se deve ao fumo passivo — não fumantes expostos à fumaça de tabagistas.

No Dia Mundial de Combate ao Fumo, dois especialistas do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) explicam como os vícios afetam o corpo humano, tratam dos riscos que o tabagismo traz e abordam tratamentos possíveis a quem quer parar de fumar.

O tabagismo está associado a um leque amplo de doenças, como câncer (em vários órgãos), enfisema, infarto do miocárdio, bronquite crônica, doença coronariana, além de favorecer o desenvolvimento de tuberculose, acidente vascular cerebral (AVC), infecções respiratórias, úlcera gastrointestinal, infertilidade, impotência sexual, dentre outras. Não existe quantidade segura para o consumo de tabaco, nem de exposição à fumaça.

Quem convive com fumantes, ainda que não fume ativamente, sofre as consequências do tabagismo. O fumante passivo pode apresentar complicações desde rinite alérgica até o agravamento de quadros asmáticos, no curto prazo e está sujeito a desenvolver as mesmas doenças do usuário, no longo prazo. Isso porque a fumaça da ponta do cigarro carrega até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que aquela inalada pelo fumante ativo.

A pneumologista do HSPM, Dra. Vera Volpe, aponta que o tratamento pode ser feito por meio farmacológico antidepressivo que inibe a vontade de fumar. A reposição de nicotina, por meio de adesivos e gomas de mascar, é alternativa. Mas há ressalvas: “quem opta pela reposição não pode fumar de jeito nenhum. A combinação resulta em quantidades muito altas de nicotina para o corpo”, alerta a pneumologista.

Vícios nascem e se cristalizam através de hábitos. É preciso que o dependente perceba-os, questione-os e tenha força de vontade para mudá-los ou abandoná-los. “Vícios são escravizantes”, afirma o coordenador da clínica de Psiquiatria Adulta do HSPM, Dr. Maurílio Azzi. “Tudo começa com sua autoconsciência: quão mal isso me faz?”, pontua o psiquiatra.

Observar gatilhos que disparam a vontade de fumar e evitá-los pode ser o começo para quem deseja deixar o tabagismo. Aproveitar situações que exigem pausa no consumo de tabaco e derivados também pode auxiliar no abandono do vício (gestação, pré-operatório, etc.). A vontade de fumar pode ser saciada com a ingestão de água, de frutas ou com a prática de exercícios físicos — desviando o foco.

Sobretudo, o interesse de deixar o cigarro precisa vir do próprio usuário. “Parar de fumar exige força de vontade”, pondera Dra. Vera Volpe. “Álcool, cigarro, drogas — qualquer dependência é gostosa. Se você não questionar o malefício dos maus hábitos, não irá largá-los”, pontua Dr. Maurílio Azzi.

Recomenda-se buscar o auxílio de especialistas que possam orientar estratégias mais adequadas no combate ao tabagismo.

Quer dicas para largar o cigarro? Clique abaixo e confira o que já foi publicado no Portal HSPM:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/hospital_do_servidor_publico_municipal/noticias/?p=328200