Tabagismo: conheça estratégias para abandonar o cigarro

Última matéria do Mês de Conscientização da Saúde traz orientações para quem quer parar de fumar

Arte de um maço de cigarro com carinhas bravas desenhadas
Fumo é fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças. Foto: Freepik

 

Por: Gabriel Serpa

O número de fumantes vem caindo no Brasil nos últimos anos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2013 a 2019 o percentual de tabagistas passou de 14,7% para 12,6%, o que representa 26,5 milhões de pessoas.
Na última semana do Mês de Conscientização da Saúde, Dra. Vera Lúcia Volpe, médica pneumologista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), destaca estratégias que podem ajudar os que desejam largar o cigarro.

Parada imediata
Parar de fumar exige força de vontade e disciplina. “Uma das maneiras de abandonar o cigarro é marcando uma data específica, se preparar e, quando o dia chegar, não fumar mais”, ensina a pneumologista. Para muitas pessoas funciona. No entanto, o método é abrupto e o dependente pode sentir forte abstinência.

A nicotina, componente do tabaco e derivados, é droga psicoativa: quando inalada, altera o humor e o estado emocional do usuário. Demora entre sete e 19 segundos para que seus efeitos sejam sentidos — quase de maneira instantânea. Por isso, leva à dependência física e psicológica.

Redução gradual

Outra forma indicada é diminuir gradualmente o número de cigarros fumados por dia até a parada total. Ainda na mesma lógica, é possível adiar o consumo do primeiro cigarro, de modo que o usuário se adapte a ficar períodos mais longos sem fumar. O limite para a parada gradual não deve exceder duas semanas.

Entretanto, recaídas são comuns e não devem desmotivar quem deseja largar o hábito. “Pode levar três, quatro recaídas ou mais até que o fumante deixe de vez o cigarro”, explica a Dra. Vera Volpe.

Cuidado com gatilhos
Estresse, consumo de bebidas alcoólicas, cafeína em excesso, além de hábitos cotidianos podem disparar a sensação de necessidade do tabaco. São gatilhos que precisam ser ajustados ou até abandonados para evitar recaídas.

“A pessoa está acostumada a ir à padaria depois do trabalho. Toma café com o amigo e fuma um cigarrinho todos os dias. Tem que pensar se vale a pena. Se não vai dificultar o processo de abstinência”, alerta a especialista.

Aproveite as janelas de oportunidade
Há situações que exigem que o usuário fique sem fumar por certo tempo — e podem ser favoráveis para que deixar o cigarro de vez. “Pegar carona” nesses casos tende a ser um atalho bem-vindo.

“Vai fazer uma cirurgia? Não vai poder fumar no pré e pós-operatório. Nesses casos, o fumante pode optar por não fumar mais após seu reestabelecimento. Também é comum com mulheres que engravidam e têm que cortar o consumo durante a gestação. Não tem por que voltar a fumar”, aconselha a Dra. Vera.

Substitua os maus hábitos
É possível combater a vontade de fumar bebendo água, comendo frutas ou fazendo exercícios de relaxamento. Evitar uma tragada impede as recaídas e novos processos de abstinência.

No mais, recomenda-se buscar o auxílio de especialistas que possam orientar estratégias adequadas para o combate ao tabagismo.


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