Diálogos para uma Educação Antirracista

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imagem: Thiago Iaqeb Ahmose

 

Diálogos para uma Educação Antirracista
 

Dias: 22 e 29/11 segundas-feiras.
Horário: 15h às 17h

 

Descrição

A proposta do Curso é promover um diálogo orientado, no qual o posicionamento pessoal é de legítima importância. Para o antirracismo e o desenvolvimento de sua educação, é necessário também o sentido de identidade, já que se enxergar nessa proposta significa entender seus limites e os limites da outra pessoa, para que então o compartilhamento seja mais efetivo.
A ideia de diálogos com fundamento na Educação Antirracista é tomá-la como pauta transversal, e, portanto, iniciar uma perspectiva em cada um dos presentes, que possibilite ver cada um dos elementos da sociedade, da politica e da cultura, e dissecá-los no que reside de mecanismos racistas dentro deles. Para tal, uma posição base deste objetivo é entender que o conceito social de raça, infelizmente, existe e deve ser entendido para que então possamos buscar soluções às suas problemáticas que envolvem estrutura, hierarquia, política e violência.

 

Conteúdo Programático

Dia 22/11 - Colonialismo e Racismo Estrutural

Nesta primeira etapa faremos uma investigação e exposição de ocorrências dentro da historiografia que define estruturas do mundo como o enxergamos hoje. Entender a Estrutura Colonial como um investimento de Estados Europeus na sua própria acumulação de riquezas, e hierarquização dos povos e nações, e que para tal tanto a Ciência quanto a Religião foram instituições ativas no Imperialismo.
Tal trajetória de investigação é importante para que pensemos nossa persona e posição dentro do Brasil de 2021, ainda conivente com diversas falácias advindas destes tempos recentes, e mergulhado numa ignorância histórica que é um projeto para a manutenção das estruturas coloniais. Permear pelo entendimento deste legado perverso, é também posicionar-se para a resolução de seus conflitos, construindo novas instituições e estruturas que possam reeducar e oferecer autonomia às diversas identidades possíveis e já existentes em nosso território.

Bibliografia:
? ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. 2018.
? SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. 2012.
? NASCIMENTO, Abdias. Genocidio do Negro brasileiro processo de um racismo mascarado. 2016.
? DIWAN, Pietra. Raça Pura, uma história da eugenia no Brasil e no mundo.
? SAID, Edward W. Orientalismo o oriente como invenção do ocidente. 1990
? FERNANDES, Florestan. Brancos e Negros.
? MBEMBE, Achille. Necropolítica, biopoder, soberania, estado de exceção e política da morte. 2018.


Dia 29/11 - Reconhecendo o Racismo Cultural

Nesta segunda etapa, faremos um diálogo acerca de estereótipos construídos dentro do âmago social pelo qual o Racismo se estruturou. Como a televisão, a mídia, a cultura de massa e senso comum ilustram a hierarquização de raças? Como livros, desenhos retratam a diversidade racial em suas obras?
O modo como a cultura de massa representa cada grupo dentro de uma sociedade efetua um processo educacional que orienta a ação e reação das pessoas em torno desses grupos, nos possibilitando questionar: até que ponto estas imagens nos educam naturalizar um lugar social a estas pessoas, conforme a qualidade ou perversidade pela qual sua representação é posta nessas imagens culturais?
A televisão brasileira em seu racismo e machismo é negligente em como representar sua população, mas não apenas por uma ausência de interesse, e sim também e principalmente, pela negligência e racismo cultural forte em seu âmago de diretores e funcionários, produzindo obras desfavoráveis para a inteligência histórica, ideológica e cultural do brasileiro, que em meio a ignorâncias e desconhecimentos continua caricaturalmente desorientado em suas próprias escolhas políticas. A cultura educa, e a cultura racista educa para o racismo.
Bibliografia:
? FANON, Franz. Pele Negra, Máscaras Brancas. 1952.
? BARBOSA, Ana Paula Silva. A reprodução do racismo a partir do uso das obras de Monteiro Lobato na atualidade. 2016.
? LOURENÇO, Mikelane Everllyn Alves. Representação Social do Negro na Telenovela “Da cor do Pecado”. 2013.
? GRIJÓ, Wesley Pereira. SOUSA, Adam Henrique Freire. O negro na telenovela brasileira: a atualidade das representações. 2012.
? WEGNER, Robert; SOUZA, Vanderlei Sebastião de; CARVALHO, Leonardo Carvalho de. Eugenia, biopoder e políticas da morte em tempos de pandemia. 2020.

 

Facilitação


Thiago Iaqeb Ahmose
Pesquisador e educador do Sistema de Escrita (Medu Neter) do Antigo Kemet (nordeste Africano) pela Kasa de Maat. Escritor, autor de Histórias em Quadrinhos, e graduando de Licenciatura em Geografia (IFSP - SP). Os estudos de raça não são uma área de expertise, mas uma vivência que trouxe leituras, diálogos e enfim possibilidades pedagógicas, já que para uma pessoa negra no Brasil, falar de raça não é absolutamente um prazer, mas uma questão de sobrevivência. Atualmente é integrante da equipe curatorial da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura com a proposta Travessias. ig @nebu.ahmose


 

Coordenação

Pedro Cardoso Smith

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Sobre

Público: Interessados

Vagas: 40 

Dias: 22 e 29 de Novembro, segunda-feira

Horário: das 15h às 17h

Local: Curso remoto, via Plataforma digital (Assim que você fizer sua inscrição e confirmar sua presença, receberá informações sobre como participar da atividade virtual).



Inscrições encerradas.

 

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