Noite de premiações no 5º Festival de Direitos Humanos

 

Uma noite de muitas emoções no auditório do Ibirapuera nesta quinta-feira (14), durante a solenidade de entrega dos prêmios Educação em Direitos Humanos, Dom Paulo Evaristo Arns e também o de Direito à Memória e Verdade Alceri Maria Gomes da Silva.

Realizadas pelas coordenações de Direito à Memória e Verdade e de Educação em Direitos Humanos, ambas da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, a cerimônia contou com a participação de autoridades, estudantes e convidados. Entre relatos de pessoas que lutaram contra a ditadura e o regime militar e palavras de incentivo à preservação dos direitos fundamentais, todas as premiações exaltaram os Direitos Humanos – em todas as suas vertentes.


Em nome da memória e verdade

O Prêmio de Direito à Memória e a Verdade Alceri Maria Gomes da Silva homenageia pessoas que atuam na preservação da memória e na busca pela verdade das violações aos direitos humanos cometidas durante a ditadura militar – esta foi a segunda edição do Prêmio, instituído após recomendação da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo.

A vencedora desta edição foi a pedagoga Flávia Inês Schilling, uma das mulheres que resistiram aos regimes ditatoriais nos países do Cone Sul e que durante sete anos permaneceu no Penal de Punta de Rieles (Uurugai) em um presídio destinado a presas políticas. Somente conseguiu voltar para o Brasil em 1980, no período da anistia. Hoje, Flávia Schilling é docente na USP e vinculada à área de Direitos Humanos da Faculdade de Direito da Universidade São Paulo (FDUSP). Apesar de não poder participar pessoalmente do evento, a educadora enviou seu agradecimento e mensagem em vídeo: “Saúdo a SMDHC e a coordenadoria de Memória e Verdade pelo prosseguimento de ações fundamentais para o nosso país, pois sem história não existimos”. O jurista e escritor Fábio Konder Comparato, vencedor da primeira edição, foi o representante de Flávia ao receber o troféu das mãos da secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda.

Houve ainda duas menções honrosas. A cineasta Tata Amaral entregou a primeira delas à Agência Pública de notícias, que trabalha com jornalismo independente e produz reportagens que visam o direito à informação e promoção dos direitos humanos. A jornalista Rose Nogueira foi a responsável pela entrega da segunda menção ao repórter da Rede Globo de Televisão, Caco Barcelos, destacando todo o trabalho do jornalista e em especial a reportagem sobre a vala clandestina de Perus, exibida em 1990. Fizeram parte do palco: Tata Amaral, Rose Nogueira, Sec. Eloisa Arruda, Prof. José Gregori e Fábio Konder Comparato.


Dom Paulo Evaristo Arns

 A quarta edição do Prêmio incentiva atos voltados para os direitos humanos na cidade. Neste ano, destacaram-se mulheres que tiveram participações constantes em processos relacionados aos direitos humanos na sociedade.

A vencedora foi a deputada federal Mara Gabrilli, relatora e autora do texto substitutivo da Lei Brasileira de Inclusão (em vigor desde 2016) e vencedora por cinco vezes do prêmio “Congresso em Foco”, além de ter seu nome indicado para integrar o Comitê da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

A deputada foi representada pelo assessor Paulo Vieira, que recebeu o troféu das mãos da secretária Eloisa Arruda. O assessor fez seu agradecimento em libras e destacou a importância da Secretaria Municipal de Pessoa com Deficiência na cidade de São Paulo.

 

Educação em Direitos Humanos

 A terceira premiação da noite começou com animação e apresentações de dança – não poderia ter sido diferente, dado o próprio caráter do prêmio. Resultado de uma parceria entre as Secretarias Municipais de Direitos Humanos e Cidadania e a de Educação, o prêmio colabora para o fortalecimento da educação em direitos humanos e o emprego da cidadania na rede municipal de ensino. As premiações abrangeram quatro categorias com projetos relacionados a temas e subtemas. Neste ano foram recebidas 84 inscrições, vindas das 13 diretorias regionais de ensino.

Participaram da entrega dos prêmios Lucilene Aparecida Esperante Limp, representando o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, e a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda. Em seu pronunciamento a secretária destacou o trabalho dos professores na questão dos direitos humanos, ressaltando a importância da compreensão de tudo que ocorreu durante a ditadura como um marco para reflexões. Eloisa recordou sua época de estudante da Pontifícia Universidade Católica em São Paulo, dois anos após a invasão ocorrida durante o regime militar. “Lembro-me ainda que muitos alunos carregavam consigo as marcas daquela invasão, sem saber o paradeiro de colegas que desapareceram. Por isso a importância de conhecermos essas histórias, de conhecermos essa verdade, de entregarmos estes prêmios: para que situações como aquelas não se repitam”.

A vencedora foi a Escola Municipal de Educação Infantil Silvio Caldas, que conquistou o primeiro lugar com o projeto “Meu amigo africano”. A estudante Luciene Ribeiro, da Escola Municipal de Educação Fundamental Professor Jairo de Almeida, foi a vencedora da categoria ‘Estudante’, pelo projeto “Território Perus Educativo”. A professora Débora Denise Dias Garofalo, da EMEF Almirante Ary Parreiras, venceu a categoria ‘Professores’ com o projeto “Estudar, brincar, viver, trabalhar só quando crescer”. E o grêmio vencedor da EMEF Professor Abrão de Moraes também venceu, com o projeto “Protagonismo Juvenil”.