Nesta terça-feira, dia 28, às 15h, os novos membros do Conpresp tomaram posse em cerimônia na sede da Secretaria Municipal de Cultura. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, esteve presente à solenidade e convocou os presentes à reflexão sobre a importância de harmonizar bens culturais e arquitetônicos do passado com as necessidades e conveniências da vida contemporânea. “São transformações e adaptações que nem sempre se resolvem com novas construções ou com demolições de velhos prédios”, alertou.

Além disso, o prefeito elogiou a feliz coincidência que junta essa discussão sobre a preservação e a modernização da cidade por meio da mídia e a exposição em cartaz na Galeria Olido com fotos de Benedito Junqueira Duarte, registrando flagrantes da cidade em processo de urbanização e mudanças estruturais. O fotógrafo documentou o cotidiano paulistano de 1935 a 1964 – período em que trabalhou para o então Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, criado por Mário de Andrade. “Privilegiada é a cidade que teve em sua história um agitador cultural com a visão e o sentimento de Mário de Andrade”, disse Kassab.

José Eduardo de Assis Lefèvre, que ocupou o cargo de presidente do Conpresp na formação anterior, também discursou e fez um balanço dos dois anos em que esteve à frente do cargo, destacando importantes ações do órgão de preservação municipal, entre elas as 14 resoluções de tombamento votadas durante o período. Nesse período, o Conpresp tombou, entre diversos imóveis, o conjunto de antigas residências da família Jafet, no Ipiranga, Hospital Emílio Ribas, Casarão da Fazendinha, conjunto de casas da Rua Gabriel dos Santos, Garagem de barcos do Santa Paula Iate Clube e a área da Praça Vilaboim, em Higienópolis.

Lefévre ressaltou também os benefícios previstos em lei para esses imóveis.“O tombamento definitivo de bens garante, por outro lado, o acesso aos benefícios da legislação em vigor, como isenção do IPTU e transferência de Potencial Construtivo, previsto no Estatuto da Cidade e no Plano Diretor de São Paulo. Essa preocupação possibilitou o tombamento definitivo de um conjunto de imóveis do Centro da Cidade, que se encontrava em processo de aprovação há algum tempo”, referiu-se ele à última resolução efetuada pelo antigo Conselho, pela qual um conjunto de 149 bens foi preservado pelo órgão de preservação municipal.

Terminados os pronunciamentos, deu-se início à posse dos novos conselheiros que, na seqüência, iniciaram a primeira reunião. Presidida pelo secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, a votação reelegeu, por unanimidade, José Eduardo de Assis Lefèvre,  arquiteto e professor da FAU/USP, como presidente do Conpresp e Walter Pires, também arquiteto e diretor do Departamento do Patrimônio Histórico, como vice-presidente. O mandato é de três anos

 Segue a lista dos novos membros e as entidades que representam:

- José Eduardo de Assis Lefèvre (Secretaria Municipal de Cultura);
- Walter Pires (Departamento do Patrimônio Histórico);
- José Fernando Ferreira Brega (Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos);
- Miguel Luiz Bucalem (Secretaria Municipal de Planejamento);
- Elton Santa Fé Zacarias (Secretaria Municipal de Habitação);
- Vasco de Mello (Instituto de Arquitetos do Brasil);
- Toninho Paiva (Câmara Municipal de São Paulo);
- Marcelo Manhães de Almeida (Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo);
- Dácio Araújo Benedicto Ottoni (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo).