Coleta Seletiva: o princípio dos 'três R'

Reciclagem é fundamental para diminuição do volume de lixo nos aterros e para economia de recursos naturais, por meio da reinserção de material na cadeia produtiva

Incorporar o princípio dos ‘três erres” (reduzir, reutilizar e reciclar) é uma recomendação que faz parte do cotidiano dos cidadãos há tempos. Regularmente, iniciativas públicas e privadas lançam campanhas para conscientizar a população sobre a importância de diminuir a produção do lixo e reaproveitar os resíduos que são atualmente gerados.

Em consonância com este movimento, a Prefeitura de São Paulo promove a expansão do projeto Coleta Seletiva, que atua no recolhimento do material reciclável produzido pelos munícipes, muitas vezes descartado como lixo comum. A iniciativa, que existe desde a década de 1980, coletou 76,9 toneladas na cidade somente no ano de 2018.

Neste sentido, as opções para descarte de material reciclado oferecidas ao cidadão abrangem a coleta porta a porta, que atende 70% da cidade, os 1.600 Pontos de Entregas Voluntárias (PEVS) e 102 Ecopontos. O processo se completa com as duas Centrais Mecanizadas de Triagem e as 24 cooperativas que atuam na separação dos resíduos – de acordo com os materiais de composição. Depois desse processo, o lixo é vendido como insumo para as empresas recicladoras.

Segundo a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), a estimativa é de que 40% de todo o volume de lixo recolhido poderiam ser reciclados, mas, na prática, apenas 7% - das 20 mil toneladas diárias – são reaproveitadas. Como resultado, parte do processo de Coleta Seletiva fica ociosa.

Este é o caso das Centrais Mecanizadas de Triagem que têm capacidade de processar até 250 toneladas por turno. A Central Mecanizada de Triagem Carolina Maria de Jesus, gerenciada pela Ecourbis, com apoio da cooperativa Coopercaps, analisa aproximadamente 90 toneladas por dia. Já a Central Mecanizada de Triagem Ponte Pequena, construída e gerenciada pela Loga, com apoio da cooperativa Vira Lata, avalia cerca de 100 toneladas.

“Cada munícipe precisa entender que é responsável por todo o lixo que gera ao longo do dia. Sob esta ótica, é possível criar um senso de obrigação com relação à forma com que os resíduos são descartados, atentando-se às alternativas de reciclagem e redução da produção diária dos rejeitos”, aponta Francisco Vianna, Coordenador de Planejamento da Loga.

A reciclagem contribui com a redução do resíduo sem utilidade gerado pelo cidadão, possibilitando a reinserção de matéria-prima de volta à cadeia produtiva. Além de reaproveitar algo que seria, literalmente lixo, diminui a produção de rejeitos que ocupam espaço e demandam trabalho nos aterros sanitários.

“Um olhar mais cuidadoso sobre os insumos gerados precisa vir de dentro de casa, desde a separação. Isso porque as iniciativas de coleta seletiva e reciclagem existem e estão disponíveis em toda a cidade, mas a adesão ainda é pequena. Nós somos parte do problema, mas também somos parte da solução”, destaca Elisangela Leal Flores Ferreira, Coordenadora de Educação Ambiental da Ecourbis.

Serviço
Reserve os materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro e metais, e encaminhe os resíduos em uma das opções de descarte abaixo.

Coleta Seletiva
Duas concessionárias de coleta domiciliar de resíduos da cidade prestam serviços para a Prefeitura: Loga e Ecourbis. As localidades que são atendidas pela entrega porta a porta estão disponíveis nos sites da Ecourbis (que atende as regiões Leste e Sul da cidade de São Paulo) e da Loga (Oeste, Norte e Centro).

Ecopontos
Ecopontos são locais de entrega voluntária e gratuita de pequenos volumes de entulho (até 1 m³), grandes objetos (móveis, poda de árvores etc.) e resíduos recicláveis. Nestes locais o munícipe pode acomodar os resíduos em caçambas separadas de acordo com a categoria do material, sendo este reciclável ou não.

Pontos de Entregas Voluntárias (PEV)
Os Pontos de Entrega Voluntária são locais onde a população encontra um contêiner verde para depositar os materiais recicláveis. Esses equipamentos são instalados em pontos de concentração e tráfego de população, tais como, órgãos públicos, comércios, praças e condomínios.