Alfredo Chiapetta, um exemplo de dedicação

O mercado municipal da Penha, fundado em 1971, além de ícone do bairro, guarda fatos marcantes em sua história. Hoje, homenagearemos o comerciante mais antigo, Alfredo Chiapetta, falecido no último mês de setembro, aos 89 anos, contando um pouco de sua história.

Após lutar na Itália durante a 2º Guerra Mundial, percebendo as condições em que o país se encontrava e já com parentes que moravam no Brasil, Alfredo decidiu, no início da década de 50, atravessar o continente com sua esposa e filhos em busca de uma vida melhor.

Desembarcando no porto de Santos, em São Paulo, o primeiro impacto foi a dificuldade do idioma e por isso, Alfredo e sua família foram morar entre os grupos de italianos que já estavam no Brasil. Alfredo, sempre querendo o melhor para a sua família, traçou como objetivo trabalhar para comprar a sua própria casa.

Como seus parentes já trabalhavam nas feiras livres da cidade, seu primeiro emprego foi como entregador de mercadorias, função mais conhecida como chapa. Mas, no início de 1960 decidiu mudar de função e foi quando começou a vender frutas importadas, como feirante, nos bairros do Pacaembu, Pari, Consolação e Brás.

Com muito trabalho e dedicação, o ex-combatente que veio para o Brasil em busca de uma vida melhor, logo conseguiu atingir seu primeiro objetivo, comprar a sua moradia. Porém, em 1978, Alfredo sentiu o maior impacto de sua vida, a perda de seu filho caçula. O acontecimento, devastador, o fez desistir de trabalhar nas feiras.

Na ocasião, sua filha, Rosina Chiapetta, trabalhava no Banco Nacional e decidiu pedir demissão para apoiar seu pai a não desistir do trabalho e da vida. Em 1979, começa uma linda história, onde juntos, pai e filha, iniciaram sua trajetória no mercado municipal da Penha.

Rosina diz que seu pai “sempre fez questão de escolher e comprar suas mercadorias a dedo, era isso que fazia os clientes se apegarem”, as frutas iam desde cerejas, morangos, ameixas e laranjas e até hoje, ainda temos os clientes mais fiéis, conta Rosina

O senhor Alfredo Chiapetta, desde que chegou ao Brasil, em momento algum deixou de trabalhar e de fazer amigos. Com seu falecimento, Alfredo deixou, além da saudade para quem conviveu com sua presença querida no mercado, um exemplo de dedicação a ser seguido.